Líder da oposição em Espanha acusa Sánchez de envergonhar o país

O líder do Partido Popular e da oposição em Espanha, Alberto Núñez Feijóo, acusou hoje o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, de "frivolidade inaceitável" e de estar a dar "um espetáculo" que envergonha o país com a ameaça de demissão.

MADRID, SPAIN - JUNE 09: The president of the Popular Party, Alberto Nuñez Feijoo, after the meeting with members of the Standing Committee of the Spanish Committee of Representatives of Persons with Disabilities (CERMI), on June 9, 2022, in Madrid, Spain

© Getty Images

Lusa
25/04/2024 13:23 ‧ 25/04/2024 por Lusa

Mundo

Espanha

"A grande maioria" dos espanhóis "assiste com estupor ao último espetáculo que o senhor Sánchez provocou" e que está a causar "vergonha internacional" a Espanha, afirmou Núñez Feijóo, numa declaração na sede do Partido Popular (PP, direita).

Para o PP, "tudo parece indicar" que Sánchez "pôs em marcha uma operação de sobrevivência política", perante suspeitas de corrupção que afetam o governo, o partido e a família do primeiro-ministro socialista.

"Procura mobilizar as pessoas pela compaixão" e "aproveita para intimidar juízes e jornalistas", em vez de dar "explicações imediatas" sobre os casos de alegada corrupção, afirmou Núñez Feijóo.

"É uma frivolidade inaceitável", disse o líder do PP, o maior partido no atual parlamento de Espanha.

Feijóo acrescentou que a "realidade incontestável" é que estão em curso uma série de investigações judiciais que afetam o governo, o partido socialista espanhol (PSOE) e o próprio Sánchez, que "sugere que por trás disto está a oposição".

"Não, está a justiça", disse o presidente do PP, que insistiu em que "em Espanha ninguém está à margem da lei".

Para Feijóo, Sánchez poderá até continuar no cargo ou superar uma moção de confiança no parlamento com o apoio de partidos independentistas, mas "só vai prolongar a sua própria agonia".

O líder do PP não pediu eleições antecipadas nem avançou com qualquer iniciativa por parte do partido, limitando-se a dizer aos jornalistas que depois da declaração que Sánchez prometeu para segunda-feira "poderá responder a mais perguntas".

Sánchez cancelou na quarta-feira a agenda dos próximos dias e disse que na segunda-feira revelará se vai continuar à frente do Governo, após ser conhecida uma investigação judicial que envolve a mulher e que o primeiro-ministro atribui a uma perseguição e uma campanha do PP e do Vox (extrema-direita).

Num texto publicado na rede social X, Sánchez disse precisar de "parar e refletir" para responder à pergunta de se deve e se vale a pena continuar à frente do Governo "apesar do lodaçal em que a direita e a extrema-direita pretendem transformar a política".

O primeiro-ministro, no cargo desde 2018, e líder do PSOE disse que a mulher e ele próprio estão há meses a ser vítimas da "máquina de lodo" do PP e do Vox, que estão em causa "falsidades" e que Begoña Gómez "defenderá a sua honra e colaborará com a justiça", acusando os dois partidos de "uma operação de assédio e destruição" pessoal porque não aceitam os resultados das últimas eleições e perceberam que "o ataque político não seria suficiente".

Um tribunal de Madrid confirmou na quarta-feira a abertura de um "inquérito preliminar" envolvendo a mulher de Sánchez, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção, na sequência de uma queixa da associação "Mãos Limpas", associada à extrema-direita.

Em causa, segundo o jornal 'online' El Confidencial, estão alegadas ligações de Begoña Goméz a empresas privadas, como a companhia aérea Air Europa, que receberam apoios públicos durante a crise da pandemia ou assinaram contratos com o Estado quando Sánchez era já primeiro-ministro.

Além desta suspeita que envolve a mulher, Sánchez tem sido atacado por causa de uma investigação judicial a um assessor de um ex-ministro socialista que alegadamente cobrou comissões ilegais a vender máscaras durante a pandemia a entidades públicas, incluindo governos regionais então nas mãos do PSOE.

Este caso levou à criação de comissões de inquérito no parlamento, apoiadas pelos socialistas, sobre a compra de material sanitário pelas administrações públicas durante a crise da covid-19. Os trabalhos destas comissões arrancaram esta semana.

Leia Também: Sánchez ameaça demitir-se, mas Espanha não pode ter eleições já. Entenda

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