"Temos de colocar a tónica na capacidade de os Estados-membros da UE aumentarem o apoio à Ucrânia. Foram feitos vários avisos, foram enviadas cartas a pedir-lhes que vejam o que podem fazer [porque] precisamos de [enviar] mais munições e mais lançadores, [...] de fornecer intercetores para as baterias que já existem e aumentar o número de baterias e vamos ver o que os Estados-membros são capazes de fazer e mobilizar", disse Josep Borrell.
À entrada para a reunião dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, no Luxemburgo, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança acrescentou: "Em Bruxelas não o temos, têm de ser os Estados-membros".
As declarações surgem depois de, na semana passada, Josep Borrell ter enviado uma carta aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE pedindo-lhes mais sistemas de defesa aérea e mais munições para a Ucrânia.
"Trabalhamos para a Ucrânia todos os dias, não o fazemos só quando existem Conselhos. Preparamos decisões, informamos os Estados-membros, analisamos a situação, apresentamos pedidos sobre o que podem fazer [...] e hoje é o dia de os Estados-membros verem o que podem fazer", adiantou.
Na reunião de hoje, os ministros vão ainda tentar um acordo político para alargar as sanções europeias ao Irão.
"Espero que todos os Estados-membros concordem, mas como sabem é necessária unanimidade", assinalou Josep Borrell, observando que, no Médio Oriente, "a situação em Gaza continua exatamente a mesma coisa" e que a UE necessita ainda de "voltar a olhar para a situação dos colonos violentos israelitas".
"Espero que seja possível tomar algumas decisões", adiantou.
Já quando questionado sobre uma eventual revisão (pedida por Espanha e Irlanda) do Acordo de Associação UE-Israel, o principal instrumento jurídico que rege as relações bilaterais entre os dois parceiros em vigor desde 2000, Josep Borrell disse que "ainda nada avançou do lado da Comissão" e que, do seu lado, está a tentar ter "orientação política" para o avaliar.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE reúnem-se hoje no Luxemburgo para tentar um acordo político para alargar as sanções contra o Irão, discutindo ainda o pedido ucraniano para sistemas de defesa antiaérea.
Na sequência do recente ataque do Irão contra Israel e após a intenção inicial manifestada numa reunião extraordinária sobre a situação no Médio Oriente na semana passada, os ministros da UE tentam hoje um acordo político para sancionar os mísseis iranianos e alargar as medidas restritivas contra indivíduos e entidades iranianas responsáveis pela transferência de 'drones' (aeronaves não tripuladas).
No que toca à Ucrânia, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE vão discutir os recentes pedidos do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que os aliados reforcem o envio de sistemas antiaéreos para o país se proteger dos ataques russos.
Kiev tem pedido a estes aliados, nomeadamente à UE, apoio semelhante ao que tem sido dado a Israel, depois de os Estados Unidos, em coordenação com a França e o Reino Unido, terem repelido o recente ataque com cerca de 300 'drones' e mísseis iranianos.
A reunião de hoje no Luxemburgo decorre no auge do debate sobre o reforço do apoio à Ucrânia contra ataques russos às suas cidades e infraestruturas críticas.
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