Um cidadão bielorrusso foi detido na Polónia sob suspeita de ter ordenado o ataque ao líder da oposição russa e aliado de Alexei Navalny, Leonid Volkov, em nome de Moscovo, segundo anunciou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, esta sexta-feira. Antes, dois cidadãos polacos já tinham sido detidos.
"Um bielorrusso a trabalhar para os russos que ordenaram que dois polacos assassinassem o aliado de Navalny – detido. Os atacantes também estão detidos", escreveu o chefe do Governo, na rede social X (Twitter).
Ao início do dia, as autoridades da Lituânia já tinham dado conta da detenção de dois cidadãos polacos suspeitos de terem levado a cabo o ataque, que ocorreu a 12 de março, à porta de casa de Volkov, em Vílnius, onde está exilado.
"Duas pessoas foram detidas na Polónia por suspeita de terem agredido o líder da oposição russa Leonid Volkov", disse o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, citado pela agência norte-americana AP.
Niedoszły zamachowiec na prezydenta Zelenskiego, Polak działający w porozumieniu z rosyjskimi służbami - aresztowany 2 dni temu. Białorusin pracujący dla Rosjan, który zlecił dwóm Polakom zamach na współpracownika Nawalnego - zatrzymany. Zamachowcy też już w areszcie. Powiązani…
— Donald Tusk (@donaldtusk) April 19, 2024
E acrescentou: "Agradeço à República da Polónia pelo excelente trabalho que realizou. Discuti o assunto com o presidente polaco [Andrzej Duda] e agradeci a sua excelente cooperação".
Volkov, por seu turno, teceu agradecimentos ao chefe de Estado e às autoridades lituanas através da rede social X (Twitter), tendo salientado ser "de grande importância investigar e expor toda a cadeia de comando, desde [Vladimir] Putin até ao tipo com o martelo".
Thanks a lot, Mr. President.
— Leonid Volkov (@leonidvolkov) April 19, 2024
And great thanks to Lithuanian and Polish law enforcement agencies for the tremendous work they’ve done.
It is of enormous importance to investigate and to expose all the chain-of-command from Putin to the guy with the hammer. https://t.co/Yai5DLqEN3
Recorde-se que um agressor partiu uma das janelas do carro que Volkov conduzia, atirou-lhe gás lacrimogéneo para os olhos e bateu-lhe com um martelo, disse a polícia na altura. O homem, que sofreu uma fratura no braço e foi hospitalizado, acusou o presidente russo de ter ordenado o ataque e prometeu continuar o trabalho na oposição.
O incidente ocorreu quase um mês após a morte inexplicada de Navalny, que estava detido numa remota colónia penal do Ártico.
Navalny, que morreu com 47 anos, era a figura da oposição mais conhecida da Rússia e o crítico mais feroz de Putin, no poder há 24 anos. Estava detido desde janeiro de 2021 e cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob a acusação de extremismo, amplamente considerada como tendo motivações políticas.
A viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, prometeu continuar o trabalho do marido, ainda que tenha confessado que o ataque a Volkov a levou a contratar um guarda-costas.
Volkov era o responsável pelos escritórios regionais e pelas campanhas eleitorais de Navalny, que se candidatou a presidente da câmara de Moscovo em 2013, e tentou desafiar Putin nas presidenciais de 2018.
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