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Rússia denuncia apreensão de casa de empresário russo em França

A Rússia condenou hoje a apreensão da casa de campo no sudoeste de França propriedade do empresário russo Artur Ocheretny, afirmando que a decisão ameaça os "fundamentos" do sistema jurídico francês.

Rússia denuncia apreensão de casa de empresário russo em França
Notícias ao Minuto

17:27 - 18/04/24 por Lusa

Mundo Rússia/Ucrânia

"Qualquer violação da propriedade privada é, a priori, ilegal", declarou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que "desta forma, as autoridades francesas estão a minar os fundamentos do seu sistema jurídico".

A vivenda, localizada na cidade costeira de Anglet, foi apreendida em dezembro de 2023 no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de branqueamento de capitais agravado, informou na quarta-feira o Ministério Público de Paris.

De acordo com a revista francesa Challenges, a casa de estilo Art Deco pertence ao empresário russo Artur Ocheretny, casado atualmente com Lyudmila Ocheretnaya, ex-mulher do Presidente russo, Vladimir Putin, com que foi casada entre 1983 e 2013, na altura com o nome de Lyudmila Putina.

A propriedade, conhecida como "Souzanna", foi comprada em dezembro de 2013 por 5,4 milhões de euros, segundo o Ministério.

Embora os procuradores do Ministério Público tenham afirmado que ninguém foi formalmente acusado neste caso, a investigação atual deve determinar se os fundos utilizados para efetuar a compra sejam de origem fraudulenta, na sequência de uma queixa da associação anti-corrupção Transparência Internacional.

Desde o início da invasão russa em grande escala à Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, muitos países ocidentais sancionaram personalidades consideradas próximas do governo russo e confiscaram alguns dos seus bens no estrangeiro.

Nas últimas semanas, as tensões entre a Rússia e a França têm-se intensificado, com a França a mostrar o seu apoio à Ucrânia na luta pela liberdade e soberania.

Recentemente, uma conversa telefónica entre o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, e o seu homólogo russo, Serguei Shoigu, - o primeiro contacto oficial entre responsáveis ministeriais em ano e meio - terminou com relatos divergentes.

A conversa iniciada por Paris com o objetivo de transmitir "informações úteis" aos russos sobre o atentado de Moscovo, que fez 144 mortos a 22 de março numa sala de espetáculos, e mostrar a disponibilidade para trabalhar na luta contra o terrorismo internacional, acabou com os russos a fazerem "comentários barrocos e ameaçadores", de acordo com o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Após essa conversa, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, declarou que já não é do interesse de França "falar com responsáveis russos" porque as declarações que divulgam contêm informações falsas.

Na sequência da declaração de Séjourné, no dia 12 de abril, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo convocou o embaixador francês em Moscovo, Pierre Levy, para lhe transmitir que é inaceitável que a França esteja a a minar "qualquer possibilidade de diálogo" com Moscovo.

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