A visita, que decorre entre os dias 25 e 28 de abril, tem como objetivo impulsionar o turismo entre Taiwan e o continente chinês e promover a exportação de produtos agrícolas e da pesca para a China continental, disse o líder do grupo do KMT no Yuan Legislativo (Parlamento), Fu Kun-chi.
De acordo com Fu, o objetivo geral da viagem é "abrir caminho" para que os taiwaneses desfrutem de "prosperidade", de acordo com os interesses do setor privado da ilha.
"O que o governo não fizer, nós próprios faremos", afirmou o deputado da oposição, que não esclareceu se vai reunir com responsáveis do Partido Comunista Chinês (PCC).
Posteriormente, o Diretor de Cultura e Comunicação do KMT, Lee Yen-hsiu, afirmou que a cúpula do partido não tinha conhecimento dos planos de viagem de Fu e que o KMT não estava envolvido no planeamento da viagem, noticiou o jornal local Taipei Times.
Fu, que também é deputado pelo KMT, disse que todas as visitas dos membros do partido à China "respeitariam a Constituição" da República da China (nome oficial de Taiwan) e que as suas interações com os funcionários do Governo chinês teriam lugar numa base de "igualdade" e "dignidade".
A secretária-geral do grupo parlamentar do Partido Democrático Progressista (DPP), Rosalia Wu, afirmou que o partido "respeita" os planos de viagem do KMT, mas exortou a delegação a ser "cautelosa nas suas palavras e ações" durante a sua estadia na China.
A viagem ocorre poucas semanas antes da tomada de posse do presidente eleito e atual vice-presidente da ilha, William Lai (Lai Ching-te), considerado um "independentista" aos olhos de Pequim.
O Kuomintang (em mandarim, Partido Nacionalista Chinês) defende uma cooperação económica mais estreita e um diálogo renovado com Pequim, que considera a ilha de Taiwan - governada autonomamente desde 1949 - uma província sua, apesar de o território funcionar como uma entidade política soberana.
As visitas de membros e figuras importantes do KMT à República Popular da China têm sido uma constante nos últimos meses, destacando-se a recente deslocação do antigo presidente taiwanês Ma Ying-jeou (2008-2016) às províncias de Cantão (sudeste) e Shaanxi (centro) e à cidade de Pequim, que culminou com um encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping.
Durante o encontro com Ma, Xi afirmou que "não há forças que possam separar Taiwan da China" e que as "diferenças" nos sistemas políticos dos dois "não podem mudar o facto de que os dois lados são um só país".
Leia Também: Taipé saúda declaração de Washington, Tóquio e Manila pela estabilidade