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Migrações. Michel e Meloni salientam importância de envolver países

O presidente do Conselho Europeu e a primeira-ministra italiana discutiram hoje a necessidade de envolver os países "do outro lado do Mediterrâneo" na gestão da migração, que agora será regida pelo novo Pacto de Migração e Asilo europeu.

Migrações. Michel e Meloni salientam importância de envolver países
Notícias ao Minuto

15:14 - 11/04/24 por Lusa

Mundo Migrações

À saída de uma reunião com Giorgia Meloni em Roma, no âmbito de um périplo que está a realizar por várias capitais europeias para consultas sobre a cimeira de líderes agendada para a próxima semana em Bruxelas e sobre a futura agenda estratégica que a União Europeia (UE) deverá adotar em junho, Charles Michel admitiu que um dos principais temas hoje sobre a mesa foi a questão migratória, um dia após o Parlamento Europeu ter aprovado o novo Pacto, que considerou "positivo, pois reforça os instrumentos à disposição [da UE] para gerir a situação".

"Estamos a trabalhar com países terceiros de origem e de trânsito. Não estamos sozinhos, temos de envolver o resto do mundo. Temos de envolver a Tunísia, o Egito, o Líbano e outros países do outro lado do Mediterrâneo. É isso que estamos a fazer em conjunto com os países e com a primeira-ministra Meloni", declarou o presidente do Conselho Europeu.

A primeira-ministra italiana, líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, não prestou declarações à comunicação social e não se expressou ainda publicamente sobre o acordo alcançado na UE relativamente ao Pacto de Migração e Asilo, que suscitou diferentes reações em Itália, incluindo no seio da coligação governamental, sendo saudado pelo chefe da diplomacia, António Tajani (Força Itália, centro-direita), mas criticado pelo outro vice-presidente do governo, Matteo Salvini (Liga, direita radical), que o considera "dececionante".

A Itália é um dos Estados-membros da UE mais afetado pelo fenómeno migratório e, apesar de o combate à imigração ilegal ter sido uma das bandeiras da campanha de Meloni que a levou ao poder no outono de 2022 - sendo também um dos grandes desígnios da Liga de Salvini, com a qual os Irmãos de Itália disputam sensivelmente o mesmo eleitorado -, no ano passado o país registou um forte crescimento de chegadas de migrantes irregulares por mar, através do Mediterrâneo: perto de 160 mil, um aumento de 50% face ao ano anterior.

Na quarta-feira, o Parlamento Europeu deu luz verde final à vasta reforma da política de migração e asilo da UE, que prevê o combate à imigração ilegal e uma solidariedade obrigatória entre os Estados-membros, após quatro anos de discussões.

Na minisessão parlamentar, que decorreu entre hoje e quarta-feira em Bruxelas, os eurodeputados aprovaram por maioria os 10 textos legislativos que compõem o novo Pacto em matéria de Migração e Asilo, que foi proposto em 2020 para uma partilha equitativa das responsabilidades entre os Estados-membros e uma coordenação solidária face aos fluxos migratórios.

Esta votação era vista como a última oportunidade para aprovar o documento antes das eleições europeias de junho próximo, após ao longo destes últimos quatro anos ter sido possível, dentro da UE, ultrapassar muitas das tensões entre os 27 Estados-membros, que ainda assim mantêm diferentes visões sobre a política migratória.

Relativamente às discussões sobre o Conselho Europeu que decorrerá a 17 e 18 de abril em Bruxelas, Charles Michel considerou a reunião com Meloni "muito boa" e apontou que "a competitividade é uma questão central da agenda", defendendo que "a união do mercado de capitais precisa de mais investimento para fazer face às alterações climáticas, à inovação digital e também para criar oportunidades de recuperação económica".

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