Rússia reitera acusações contra Kyiv sobre ataques contra Zaporíjia
A diplomacia russa apelou hoje à cooperação com a Agência Internacional da Energia Atómica para se pôr termo aos ataques com drones à central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, sob o controlo das forças russas.
© Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia
Mundo Ucrânia/Rússia
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou, durante uma reunião em Pequim com o homólogo chinês, Wang Yi, que Moscovo "não pode fugir às responsabilidades" nesta matéria.
"Estamos interessados na cooperação, mas queremos que sejam honestos e reconheçam o que está a acontecer não só na região, mas na Ucrânia em geral", afirmou.
Lavrov disse ainda que o assunto deve ser tratado pelo Conselho Executivo da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), bem como para o Conselho de Segurança da ONU.
O ministro afirmou ainda que a Rússia vai pedir à ONU "uma análise sem tergiversações e de forma direta sobre as ações do regime ucraniano em Zaporíjia".
"Quando concordámos com a presença permanente de peritos da AIEA na central, fomos guiados pela necessidade de estes serem objetivos em relação ao que se passa no local: como é gerida a central, como é garantida a segurança física e nuclear", disse, acrescentando que "a Rússia assumiu que um ataque à maior central nuclear da Europa seria recordado".
Neste sentido, Lavrov afirmou que Kyiv "vai ter de assumir a responsabilidade pelos recentes ataques perpetrados na região" e agradeceu à República Popular da China a "posição equilibrada e objetiva sobre a situação na Ucrânia", tendo criticado a fórmula de paz ucraniana, que considerou "absolutamente vazia e distante da realidade".
Wang defendeu a realização de uma conferência internacional "para que a Ucrânia e a Rússia alcancem a paz, com a participação equitativa de todas as partes em conflito".
O chefe da diplomacia de Pequim garantiu que tanto a Rússia como a República Popular da China se opõem à "hegemonia e à política de poder" e que vão apoiar a "globalização económica inclusiva", bem como as sanções unilaterais que "minam a ordem mundial e vão contra a tendência do desenvolvimento global".
"As boas relações entre a República Popular da China e a Rússia foram alcançadas com grande dificuldade e merecem ser valorizadas e apoiadas por ambas as partes", disse o ministro, que afirmou que Pequim "vai apoiar o desenvolvimento estável e o renascimento da Rússia sob a liderança do Presidente Putin".
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