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Cabo Verde. Melhor resposta aos ataques à democracia "é mais democracia"

O primeiro-ministro cabo-verdiano defendeu hoje que, num mundo digital que gera o "caos", "a melhor resposta aos ataques à democracia é mais democracia", na abertura de uma conferência internacional sobre o tema, na ilha do Sal.

Cabo Verde. Melhor resposta aos ataques à democracia "é mais democracia"
Notícias ao Minuto

12:58 - 08/04/24 por Lusa

Mundo Ulisses Correia e Silva

A conferência tem o título "Liberdade, Democracia e Boa Governança" e Ulisses Correia e Silva realçou que estes são os princípios que importa fortalecer para alcançar "efeitos virtuosos na paz e desenvolvimento", em qualquer país.

O primeiro-ministro falava perante uma sala com dezenas de convidados internacionais e vários alunos de uma escola secundária da ilha, num importante sinal de participação da juventude na defesa das liberdades e direitos fundamentais.

Numa altura em que ameaças autoritárias surgem em várias partes do mundo, Ulisses Correia e Silva defendeu que não pode haver justificações geográficas para desvirtuar aquilo que é uma democracia.

Os princípios base "não são conquistas do Ocidente", mas sim "da humanidade" e o debate de democracias só pode servir para fortalecê-las, com mais órgãos de fiscalização do poder, melhores sistemas judiciais e eleitorais e liberdade de imprensa.

O primeiro-ministro cabo-verdiano disse ter orgulho em liderar "o país mais livre de África", que está no topo de vários índices internacionais que medem o compromisso com as liberdades e direitos humanos.

"Temos de nos juntar", referiu Olof Skoog, representante especial da União Europeia para os Direitos Humanos, na sessão de abertura da conferência, em relação "aos países que defendem o Estado de direito" e os seus valores base.

Na sua primeira visita ao exterior nas novas funções, Skoog destacou um catálogo de iniciativas da UE no valor de vários milhões de euros para suporte a iniciativas de diretos humanos e liberdades -- a UE é um dos parceiros da conferência de dois dias na ilha do Sal, a par das Nações Unidas.

Olof Skoog espera que Cabo Verde possa levar a sua experiência em realizar eleições pacíficas para as atividades de observação eleitoral a realizar noutros países de África.

Leonardo Simão, representante do secretário-geral da ONU para o Sahel e África Ocidental, participou também na abertura para indicar que a região vive "um misto de oportunidades e desafios".

Por um lado, fez alusão à eleição de um novo Presidente no Senegal, por outro, lamentou a ameaça de grupos militantes extremistas, que provocam "milhões de refugiados", metade dos quais jovens e crianças, privados de escola, esperando que a declaração do Sal -- a anunciar no final da conferência -- seja inspiradora.

O moçambicano Leonardo Simão introduziu uma mensagem em vídeo gravada pelo próprio António Guterres, em que este recordou a repressão do Estado Novo, em Portugal, incluindo através do campo de concentração do Tarrafal, na então colónia de Cabo Verde, para recordar que há valores que devem ser sempre defendidos.

As "ameaças às liberdades fundamentais" e "a difusão de desinformação" justificam encontros como o que decorre na ilha do Sal, sublinhou.

A principal ilha turística de Cabo Verde, Sal, acolhe hoje e na terça-feira uma conferência internacional sobre "Liberdade, Democracia e Boa Governança" organizada pelo Governo do arquipélago.

O programa inclui mais de 20 oradores e, no final, será apresentada a Declaração do Sal, sobre proteção dos direitos humanos, promoção das liberdades e boa governança em África e no mundo.

Leia Também: Cabo Verde promove hoje conferência internacional sobre democracia

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