Espanha prescinde de "pré-condições" no reconhecimento da Palestina
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, indicou hoje que o país prescindirá de estabelecer pré-condições, como o reconhecimento de Israel pelos países árabes, no reconhecimento do Estado da Palestina, que deverá concretizar-se até julho.
![Espanha prescinde de "pré-condições" no reconhecimento da Palestina](https://media-manager.noticiasaominuto.com/960/naom_660d97f53484d.jpg?crop_params=eyJwb3J0cmFpdCI6eyJjcm9wV2lkdGgiOjk2MCwiY3JvcEhlaWdodCI6MTcwNywiY3JvcFgiOjk4MSwiY3JvcFkiOjB9fQ==)
© KENZO TRIBOUILLARD/AFP via Getty Images
![Notícias ao Minuto](https://cdn.noticiasaominuto.com/img/equipa/pessoa/lusa.png)
Mundo Espanha
"Ainda não há uma data específica, mas com certeza que vai ser antes de julho, o momento certo é este", disse Albares sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, num encontro com alguns jornalistas em Bruxelas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros acrescentou que "é uma posição sem pré-condições" e que Espanha não vai exigir, por exemplo, o reconhecimento do Estado de Israel pelos países árabes.
"Isto não é um ato político isolado, neste contexto extremamente violento precisamos de fazer algo para impedir que a violência continue", completou, sustentando que reconhecer a Palestina também é benéfico para a própria segurança de Israel e para "prevenir atentados como os perpetrados pelo grupo terrorista Hamas".
O ministro insistiu na necessidade de um "cessar-fogo imediato" e criticou que até hoje tenham morrido pelo menos 32.000 palestinianos na ofensiva israelita.
Em simultâneo, Espanha "triplicou o apoio à Autoridade Palestiniana" nos últimos meses, avançou José Manuel Albares.
"Um verdadeiro Estado palestiniano só existe quando silenciarem as armas", comentou.
Fontes diplomáticas revelaram posteriormente à Lusa que estão em curso discussões bilaterais para que mais países da União Europeia reconheçam o Estado da Palestina.
Esta posição já é publicamente defendida por Espanha, Irlanda e Eslovénia e a perspetiva é de que até julho haja mais países do bloco comunitário a reconhecer o Estado da Palestina.
As mesmas fontes consideraram que pode estar para breve uma resolução nas Nações Unidas neste sentido e se há uns meses havia poucos países a criticar publicamente Israel pela maneira como levou a cabo as operações militares na Faixa de Gaza, hoje a perspetiva é a mais favorável para reconhecer a Palestina.
Apesar de não haver pré-condições, fontes diplomáticas admitiram que em qualquer circunstância o movimento islamita Hamas não pode fazer parte da equação.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou na terça-feira que Espanha prevê reconhecer o Estado palestiniano até julho, esperando novidades relacionadas sobre este assunto nos próximos meses, no âmbito de instâncias como as Nações Unidas, que poderão levar vários países a fazer o mesmo.
Israel iniciou uma ofensiva militar no enclave palestiniano da Faixa de Gaza em outubro de 2023 na sequência de um atentado do Hamas, perpetrado no dia 07 desse mês.
A intervenção militar foi inicialmente justificada com a necessidade de erradicar aquela organização considerada terrorista por Telavive e até pela União Europeia, e reforçar a segurança de Israel.
Mas vários países, organizações não-governamentais e as Nações Unidas criticaram a maneira que consideraram ser desproporcionada como Israel conduziu as operações.
Telavive foi acusada de desrespeitar a lei humanitária internacional, bombardeando a população indiscriminadamente, impedindo o acesso a ajuda humanitária e dando pouco tempo para os palestinianos se deslocarem pelo território depois de anunciarem mais uma incursão.
Internamente, o Governo de Benjamin Netanyahu, apoiado por partidos de direita e de extrema-direita, está a ser pressionado pela população, que por um lado critica a falta de empenho para resgatar os reféns israelitas, por outro também condena as ações dos militares.
Em simultâneo, aumentou a violência de colonos israelitas na Cisjordânia.
A África do Sul avançou com uma acusação pelo crime de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça contra Israel.
[Notícia atualizada às 20h15]
Leia Também: Espanha prevê reconhecer estado da Palestina até julho
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com