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Síndrome de Havana. O que está em causa e porque voltou a ser assunto?

Uma investigação do Pentágono concluiu que a doença terá sido, alegadamente, causada por atividades promovidas pela Rússia, contrariando uma outra conclusão anterior de Washington.

Síndrome de Havana. O que está em causa e porque voltou a ser assunto?
Notícias ao Minuto

22:12 - 01/04/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Rússia

Uma investigação do Pentágono concluiu que a chamada síndrome de Havana terá sido, alegadamente, causada por atividades secretas promovidas pela Rússia.

Mas afinal, o que é esta síndrome batizada com o nome da capital de Cuba e porque é que está, novamente, na ordem do dia?

Trata-se de uma misteriosa doença relatada nos últimos anos pelo pessoal diplomático, político e de segurança dos Estados Unidos em diferentes países. Em 2016, funcionários que trabalhavam na Embaixada dos Estados Unidos em Havana relataram pressão repentina e inexplicável na cabeça, dores de cabeça ou nos ouvidos e tonturas

Dezenas de pessoas sofreram uma série de sintomas que os especialistas médicos atribuíram a ultrassons ou micro-ondas de origem desconhecida. Na altura, como as denúncias partiam dos funcionários em Havana, os Estados Unidos retiraram uma boa parte do pessoal da capital cubana. Depois, no entanto, começaram a surgir relatos noutros países como a China, a Alemanha, a Rússia, a Austrália e até nos próprios Estados Unidos.

Daí partiu a aprovação da chamada Lei de Havana, que autorizou o Departamento de Estado, a CIA e outras agências governamentais a indemnizar funcionários afetados pela doença durante missões diplomáticas.

As investigações

Uma investigação publicada em 2023 concluiu que era "muito improvável" que os casos fossem obra de um Estado estrangeiro, embora nenhuma teoria alternativa tenha sido apresentada.

Agora, no entanto, uma outra investigação, da qual um dos principais responsáveis é o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e que foi esta segunda-feira publicada pelos órgãos de comunicação social The Insider, Der Spiegel e CBS, refere que a origem da doença está em Moscovo, desrespeitando a versão oficial de Washington.

"Acusações infundadas"?

Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, desvalorizou a investigação. "Este não é um tema novo; durante muitos anos a chamada 'síndrome de Havana' foi exagerada na imprensa e desde o início esteve ligada a acusações contra o lado russo", começou por dizer aos jornalistas, citado pela agência Reuters.

São "acusações infundadas da imprensa", acrescentou, afirmando que "ninguém publicou ou expressou qualquer prova convincente dessas acusações infundadas em lado nenhum".

Alto funcionário com síndrome de Havana

Um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano, que participou na cimeira da NATO do ano passado, em Vilnius, na Lituânia, também teve sintomas da síndrome de Havana, revelou o Pentágono nesta segunda-feira.

"Posso confirmar que um alto funcionário do Departamento de Estado apresentou sintomas semelhantes aos relatados em incidentes de saúde anómalos", disse hoje a vice-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, aos jornalistas, sem comentar o alegado papel da Rússia.

O funcionário, que não foi identificado, não fazia parte da delegação oficial de viagem do secretário da Defesa, Lloyd Austin, a Vilnius, disse Singh, mas estava lá "separadamente, a participar em reuniões que faziam parte da Cimeira da NATO".

Não esclarece, no entanto, se o funcionário de Defesa afetado teve de procurar mais cuidados médicos, aposentar-se ou deixar de exercer funções - invocando a privacidade médica.

Leia Também: Alto funcionário dos EUA também teve sintomas da síndrome de Havana

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