França discute, esta quarta-feira, um projeto de lei que visa estabelecer uma licença menstrual de 13 dias por ano, sem carência, a mulheres que sofrem de dores menstruais.
De forma a sensibilizar os deputados do sexo masculino para esta questão, os parlamentares ecologistas Sébastien Peytavie e Marie-Charlotte Garin lançaram um desafio aos seus colegas: experimentar um simulador de dores menstruais.
No vídeo publicado no dia 22 de março nas contas do Instagram de ambos os deputados ecologistas, os colegas parlamentares são orientados a ler um pequeno texto. O problema é que são regularmente interrompidos por dores semelhantes a "choques eléctricos", que lhes tiram o fôlego.
"Ai, para!", "isso dói muito!", "é realmente horrível", "é irritante!" e "é muito doloroso", são apenas alguns dos comentários dos deputados submetidos ao 'teste'.
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"É como se estivesse a levar pequenas facadas"
As imagens podem espoletar umas boas gargalhadas. Contudo, o assunto é sério.
Como admite o deputado do MoDem, Erwan Balanant, "é extremamente difícil concentrar-se em determinados momentos" nestas situações. "É muito chato", realça. Ponto de vista partilhado por Stéphane Vojetta, deputado do Renaissance: "Trabalhar com estas dores é difícil".
Enquanto o projeto de lei é debatido hoje na Assembleia da República francesa, o deputado LR Maxime Minot orgulha-se de ter participado da iniciativa. "Ajudou-me a colocar no lugar das mulheres", realça, acrescentando que "é horrível", como se estivesse a "levar pequenas facadas".
De acordo com o Le Figaro, em França, 15 milhões de pessoas com idades entre 13 e 50 anos menstruam. Entre elas, 10% são afetadas pela endometriose, uma doença complexa que resulta, entre outras coisas, em dores que podem ser incapacitantes durante a menstruação e nas relações sexuais. Além disso, uma em cada duas mulheres sofre de dores durante o período menstrual, ligadas ou não a uma patologia.
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