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"A convite". Após buscas, Bolsonaro hospedou-se na embaixada da Hungria

O ex-presidente do Brasil estava sem passaporte quando deu entrada na embaixada húngara, em Brasília. Dias depois, referiu num discurso no Rio de Janeiro que "podia estar noutro país", mas que preferiu ficar. Embaixador húngaro foi chamado esta segunda-feira ao MNE do Brasil, onde ficou por cerca de 20 minutos.

"A convite". Após buscas, Bolsonaro hospedou-se na embaixada da Hungria
Notícias ao Minuto

22:04 - 25/03/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro ficou na embaixada da Hungria no Brasil durante duas noites, logo após a sua casa ter sido alvo de buscas, em fevereiro, numa operação que investigava a organização responsável por uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência após a derrota nas eleições de 2022.

A informação foi avançada pelo jornal The New York Times, que conseguiu obter imagens que mostram o antigo presidente, numa altura que já tinha entregado o seu passaporte à Polícia Federal, a entrar no local, localizado em Brasília.

De acordo com a publicação, Bolsonaro ficou na embaixada de 12 a 14 de fevereiro, quatro dias depois de ter sido alvo da operação em questão. Na mesma ação, foram detidos dois ex-assessores do antigo presidente.

Nas imagens obtidas pelo New York Times, Bolsonaro estava acompanhado por dois seguranças, pelo embaixador da Hungria no Brasil e outros membros da equipa diplomática.

E o que diz Bolsonaro?

Depois de a estadia ser conhecida, esta segunda-feira, o antigo presidente confirmou a sua presença na embaixada, referindo que lá ficou hospedado "a convite". Segundo os seus advogados de defesa, o antigo chefe de Estado do Brasil esteve na embaixada para "manter contacto com as autoridades do país amigo", assim como durante o período da estadia conversou com as autoridades húngaras para "atualizar os cenários políticos das duas Nações".

A publicação sublinha ainda que Bolsonaro não poderia ser detido numa embaixada estrangeira que o recebesse, dado que os locais estão fora da área de atuação das autoridades locais.

No artigo publicado hoje, é ainda sugerido que Bolsonaro se pode ter refugiado no local por forma a evitar ‘responder’ à justiça, em eventuais consequências que pudessem surgir da investigação.

O "irmão" Orbán

A publicação destaca ainda a amizade entre os Bolsonaro e Viktor Orbán, o primeiro-ministro da Hungria, recordando uma visita feita por Jair ao país, em 2022, quando ainda era presidente. Na altura, Bolsonaro chamou Orbán de “irmão”.

O húngaro não demorou a demonstrar que esta ‘irmandade’ resistia aos tempos, já que no dia da operação levada a cabo pelas autoridades brasileiras já este ano, recorreu ao X (antigo Twitter), para demonstrar o seu apoio. "Um patriota honesto. Continue a lutar, Bolsonaro", escreveu Orbán, partilhando uma fotografia dos dois.

Já depois da visita de Bolsonaro à embaixada, o ex-presidente esteve presente num evento no Rio de Janeiro, onde discursou e disse que "poderia estar muito bem noutro país", mas que preferiu ficar no Brasil.

MNE chama embaixador húngaro

O ministério dos Negócios Estrangeiros também já 'reagiu', chamando, esta segunda-feira, o embaixador da Hungria no Brasil. 

Segundo a CNN Brasil, Miklós Halmai foi chamado pela Secretária de Europa e América do Norte, a embaixadora Maria Luísa Escorel. De acordo com a publicação brasileira, Halmai esteve no ministério durante cerca de 20 minutos.

[Notícia atualizada às 22h34]

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