A AFP, que salienta que a medida é tomada numa altura em que as autoridades intensificam a repressão das minorias sexuais, lembra que o "movimento internacional LGBT" já tinha sido proibido pelo Supremo Tribunal russo no final de 2023, apesar de não existir qualquer organização com esse nome na Rússia.
Esta formulação vaga abriu caminho a pesadas penas de prisão.
O Presidente Vladimir Putin, que acaba de ser reeleito por mais seis anos, há muito que promove a "família" e a religião face a um Ocidente descrito como "decadente" ou mesmo "satanista".
Desde o ataque em grande escala contra a Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, as autoridades russas têm vindo a reprimir cada vez mais as minorias sexuais.
Na quarta-feira, as autoridades anunciaram a detenção preventiva dos gerentes de um bar nos Urais, que podem ser condenados a até dez anos de prisão por acusações de "extremismo".
Segundo a acusação, "no decurso da investigação, foi estabelecido que os arguidos, pessoas de orientação sexual não tradicional, [...] também apoiam as opiniões e atividades da associação pública internacional LGBT proibida no nosso país".
Este é o primeiro caso criminal com este fundamento, mas vários russos foram multados nas últimas semanas por publicarem fotografias com bandeiras do arco-íris ou, no caso de duas mulheres, por publicarem um vídeo em que se beijavam.
Desde 2013, uma lei russa proíbe a "propaganda" de "relações sexuais não tradicionais" dirigida a menores.
Esta legislação foi significativamente alargada no final de 2022 para proibir todas as formas de "propaganda" LGBT+ nos meios de comunicação social, na Internet, em livros e em filmes.
Em julho de 2023, os deputados russos também aprovaram uma lei que proíbe as pessoas transgénero de se submeterem a cirurgia e terapia hormonal.
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