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Alemanha critica votação não democrática e recusa felicitações a Putin

O Governo alemão recusa-se a felicitar o Presidente russo, Vladimir Putin, pela vitória nas eleições presidenciais, justificando que não foram livres nem democráticas, além de criticar a realização da votação nos territórios ucranianos ocupados, disse hoje uma porta-voz.

Alemanha critica votação não democrática e recusa felicitações a Putin
Notícias ao Minuto

17:23 - 18/03/24 por Lusa

Mundo Rússia/Eleições

Em conferência de imprensa, a vice-porta-voz do executivo alemão, Christiane Hoffmann, afirmou que o chanceler, Olaf Scholz, "não felicitou" Putin e destacou que Berlim considera que "estas supostas eleições realizadas na Rússia no fim de semana passado não foram nem livres nem justas" e que "o resultado era claramente conhecido com antecedência".

A porta-voz acrescentou que não foram eleições democráticas, que não foi permitida a presença de candidatos autênticos da oposição, apontando também um clima de intimidação e detenções políticas num país sem liberdade de expressão.

"A Rússia, como já disse o chanceler, é hoje uma ditadura e está a ser liderada de forma autoritária por Vladimir Putin", observou.

Christiane Hoffmann também descreveu como "extremamente problemático e repreensível" que as eleições tenham sido realizadas nos territórios ucranianos ocupados pela Rússia desde a invasão em fevereiro de 2022 e na península da Crimeia, anexada em 2014.

"É claro que não as reconhecemos de forma alguma e só a Ucrânia tem o direito de realizar eleições nestes territórios", sublinhou.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Sebastian Fischer, disse, por seu lado, que a diplomacia de Berlim não tem intenção de felicitar Putin e aludiu ao facto de a Rússia ter organizado colégios eleitorais, "violando o direito internacional", na região separatista moldava da Transnístria, o que considerou como "uma tentativa muito óbvia de minar a soberania e a integridade territorial da Moldova".

O porta-voz referiu que "este procedimento é ilegal", tal como na Abkhazia e na Ossétia do Sul, "onde também são feitas tentativas de minar a integridade da Geórgia dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas através da realização de votações".

"Não reconheceremos os resultados destas eleições ridículas, tal como não reconhecemos as anexações ilegais russas de partes das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia, Kherson ou Crimeia", sublinhou, referindo-se aos territórios ocupados no leste e no sul da Ucrânia.

O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, já tinha declarado através do seu porta-voz, Cerstin Gammelin, que não irá felicitar Putin, depois de há seis anos o ter feito por ocasião da sua reeleição.

"Não haverá uma carta para Putin", confirmou Steinmeier no domingo à noite em declarações ao jornal "Tagesspiegel".

Vladimir Putin obteve o seu quinto mandato como Presidente russo com mais de 87% dos votos, um número recorde, nas eleições presidenciais, indicou hoje a Comissão Eleitoral Central.

As eleições prolongaram-se por três dias, entre sexta-feira e domingo, sob críticas da oposição, denúncias de um clima de intimidação e a ausência de observação eleitoral independente, numa votação em que apenas foram autorizadas a concorrer outras três candidaturas classificadas como amigáveis em relação Kremlin (presidência russa).

Apesar da forte condenação dos países ocidentais, Putin assegurou um novo mandato até 2030.

Embora tenha garantido publicamente que não o faria, Putin alterou a Constituição em 2020 para permitir a sua reeleição, o que poderá fazer novamente dentro de seis anos e, assim, permanecer no Kremlin até 2036.

Vladimir Putin, que está no poder desde 2000, também ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.

Leia Também: Reeleição de Putin provoca nova divergência no governo italiano

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