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"Vou vencer Trump de novo". Biden aconselhado a endurecer discurso

Os assessores de campanha de Joe Biden aconselham o presidente norte-americano a endurecer o seu tom de confronto com o adversário republicano, Donald Trump, para o vencer nas presidenciais de novembro.

"Vou vencer Trump de novo". Biden aconselhado a endurecer discurso
Notícias ao Minuto

13:26 - 16/03/24 por Lusa

Mundo EUA

De acordo com vários recentes relatos nos 'media' norte-americanos, os conselheiros de Biden consideram que o candidato democrata, na sua corrida a um segundo mandato na Casa Branca, deve procurar denegrir a imagem de Trump tanto ou mais do que recordar os eleitores dos seus sucessos como presidente.

Essa estratégia foi já ensaiada durante o discurso do Estado da União, no passado dia 6, quando Biden se referiu a Trump (sem nunca o mencionar pelo nome, antes dizendo "o meu antecessor") por 13 vezes, chamando a atenção para os riscos de uma segunda eleição do candidato republicano.

Em declarações para um artigo na revista The New Yorker, titulado 'A última campanha de Joe Biden', o presidente dramatizou o cenário de um regresso de Trump à Casa Branca, assim como avisou para o risco de o candidato republicano voltar a não aceitar uma derrota nas urnas, repetindo com ainda mais insistência e com um comportamento ainda mais violento os apelos à insurreição popular.

Biden está preocupado que Trump possa querer incentivar uma repetição da invasão ao Capitólio, de 6 de janeiro de 2021, que procurou anular a escolha do colégio eleitoral que confirmaria a vitória de Biden nas eleições de 2020.

Não por acaso, Biden iniciou a sua campanha para as primárias democratas em 06 de janeiro deste ano, em Valley Forje (um emblemático local associado à luta pela independência dos Estado Unidos), onde fez um duro discurso de alerta contra "as sombras que pairam sobre a democracia".

No Partido Democrata, as posições dividem-se entre aqueles que consideram que Biden se deveria concentrar em fazer passar a narrativa do sucesso das políticas da Casa Branca - com o desemprego em mínimos históricos, as bolsas de valores em máximos e a criminalidade violenta a diminuir -- e aqueles que parecem estar a ter mais sucesso junto do núcleo duro do presidente e que defendem que Trump deve ser combatido "corpo a corpo", num embate contra os defeitos do adversário republicano.

Biden já começou a praticar esta estratégia, usando algumas das táticas de Trump, nomeadamente a de imputar aos adversários termos que denigrem a sua imagem pessoal e política, chamando ao candidato republicano "perdedor" ('loser').

"Eu sou o único que o conseguiu vencer. E vou vencê-lo de novo", disse Biden na entrevista para o artigo da revista The New Yorker, esboçando o plano de endurecer a sua posição perante Trump.

O autor do artigo, Evan Osnos, pouco depois de ter passado várias horas a conversar com Biden, explicou que o problema que o presidente tem mais dificuldade em enfrentar é o da sua idade, 81 anos, que para dois terços dos eleitores norte-americanos constitui uma dificuldade, perante o cenário de vir a terminar o seu mandato aos 86 anos e revelando alguns sinais de debilidade física e mental.

Osnos recordou que, depois do discurso de arranque de campanha de Biden em Valley Forje, foram muitos os democratas que o aplaudiram pela forma assertiva como ele tinha atacado Trump; mas também lembrou que a resposta dos republicanos nas redes sociais se centrou na idade do líder norte-americano, tornando viral a imagem de um candidato débil.

E até a estratega republicana Sarah Longwell -- que fundou a organização Eleitores Republicanos contra Trump, que procura evitar a hegemonia do ex-presidente no partido -- aconselhou Biden a "avançar para a campanha com uma faca entre os dentes", admitindo que a melhor forma de vencer o adversário será com uma estratégia muito agressiva.

Leia Também: Biden, Trump e os casos ligados a documentos. Quais as diferenças?

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