'Local do crime' continua controlado, suspeitas aumentam
Enquanto a Rússia e a Ucrânia trocam acusações sobre quem é responsável pela queda do aparelho da Malaysian Airlines, vitimando 298 pessoas, o acesso ao local do acidente continua a ser dificultado pelos separatistas ucranianos pró-russos que não deixam os observadores fazerem o seu trabalho. Crescem, assim, as desconfianças na comunidade internacional de um tentativa de ocultação de provas.
© Reuters
Mundo MH17
O local da queda do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia é "totalmente caótico", disse hoje o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmando temer que a adulteração das provas continuasse.
O local da queda do aparelho, situado numa zona controlada pelos separatistas pró-russo, torna as operações particularmente complexas e a hostilidade com que os observadores internacionais são recebidos no local a par da falta de ordem nos trabalhos de recuperação dos corpos está a preocupar a comunidade internacional, que cada vez mais aponta para a ocultação de provas.
"O meu receio é que a Rússia diga o que está correto, mas que no terreno, as interferências com o local, com os investigadores e com um tratamento digno dos corpos continue", disse Tony Abbott.
O Departamento de Estado indicou que observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) foi autorizado a estar no local da queda do aparelho durante apenas 75 minutos na sexta-feira e menos de três horas no sábado.
Os Estados Unidos consideraram "inaceitável" a situação no local da queda do avião e renovaram o apelo para a preservação das provas, de acordo com um comunicado difundido na noite de sábado pelo Departamento de Estado.
"Isto é inaceitável e é uma afronta a todos aqueles que perderam familiares queridos e à dignidade que as vítimas merecem", indicou no mesmo comunicado.
O chefe da diplomacia holandesa, Frans Timmermans, disse estar "chocado" e "indignado" com o tratamento dos corpos, 192 dos quais de cidadãos holandeses.
O ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai, lamentou que "os vestígios essenciais" não estejam a ser preservados no local.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu, no sábado, uma postura mais firme do ocidente em relação à Rússia, apelando aos países ocidentais para "mudarem a sua abordagem a Moscovo". "A Rússia pode beneficiar desta oportunidade para sair desta crise perigosa. Eu espero que o faça. Mas se não o fizer, então nós devemos reagir com firmeza", escreveu Cameron num artigo publicado no Sunday Times.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines, que fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur sob o número MH17, caiu na quinta-feira na região leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo, depois de, alegadamente, ter sido atingido por um míssil que a comunidade internacional diz ter sido disparado pelos rebeldes pró-russos.
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