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Gaza. Netanyahu "a prejudicar" Israel ao não evitar mais mortes de civis

Presidente norte-americano sustentou no sábado que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está "a prejudicar omais do que ajudar Israel" não evitando a morte de civis na guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

Gaza. Netanyahu "a prejudicar" Israel ao não evitar mais mortes de civis
Notícias ao Minuto

06:15 - 10/03/24 por Lusa

Mundo Joe Biden

Joe Biden expressou apoio ao direito de Israel de perseguir o Hamas após o ataque de 07 de outubro, mas disse que Netanyahu "deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão a ser perdidas em consequência das ações realizadas".

Há meses que Biden adverte que Israel corre o risco de perder o apoio internacional devido ao número crescente de vítimas civis em Gaza, e os seus últimos comentários, numa entrevista concedida a Jonathan Capehart, da MSNBC, apontam para a relação cada vez mais tensa entre os dois líderes.

Segundo Biden, o número de mortos na Faixa de Gaza "é contrário ao que Israel defende".

"E penso que é um grande erro", sublinhou.

O inquilino da Casa Branca classificou uma potencial invasão israelita da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde mais de 1,3 milhões de palestinianos estão concentrados - após terem sido obrigados a deslocar-se para fugir aos bombardeamentos -- como "uma linha vermelha" para ele, mas afirmou que não cortaria o fornecimento a Israel de armamento como os intercetores de mísseis 'Iron Dome', que protegem a população civil israelita dos ataques de 'rockets' na região do Médio Oriente.

"É uma linha vermelha", respondeu, quando questionado sobre uma eventual ofensiva israelita a Rafah.

"Mas nunca abandonarei Israel. A defesa de Israel continua a ser essencial, portanto não há linha vermelha que me faça cortar o fornecimento de todas as armas e eles não tenham o 'Iron Dome' para os proteger", vincou.

Biden afirmou estar disposto a apresentar o seu caso diretamente ao Knesset israelita, o parlamento, podendo mesmo para tal fazer outra viagem ao país, após a efetuada semanas a seguir ao ataque de 07 de outubro de 2023, mas escusou-se a fornecer mais pormenores sobre se ou como essa viagem poderá realizar-se.

O chefe de Estado norte-americano esperava assegurar um cessar-fogo temporário antes do início do Ramadão, o mês sagrado de jejum muçulmano, esta semana, mas tal parece cada vez mais improvável, depois de o Hamas ter recusado um acordo promovido pelos Estados Unidos e seus aliados, que teria permitido uma pausa nos combates durante cerca de seis semanas, a libertação dos reféns ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas e de prisioneiros palestinianos detidos por Israel, e um aumento da ajuda humanitária em Gaza.

Biden referiu que o diretor da CIA (agência de serviços secretos externos norte-americana), Bill Burns, está atualmente na região a tentar reanimar o acordo.

A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 156.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza quase 31.000 mortos, pelo menos 72.298 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Leia Também: Exército e Shin Bet aprovam planos para continuar guerra em Gaza

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