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Rússia pode ajudar África a ser autossuficiente e acabar com a fome

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura quer trabalhar com a Rússia em África, na introdução de práticas agrícolas sustentáveis, gestão de recursos hídricos e redução do desperdício alimentar, disse o representante da FAO na Rússia.

Rússia pode ajudar África a ser autossuficiente e acabar com a fome
Notícias ao Minuto

18:09 - 05/03/24 por Lusa

Mundo FAO

O diretor do Gabinete de Ligação da FAO com a Rússia, Oleg Kobyakov, disse, em entrevista à agência russa Tass, que o continente africano tem todas as condições para ser auto-suficiente e, no futuro, poder alimentar outras regiões do mundo.

Referindo a oferta russa de 200.000 toneladas de cereais para a luta contra a fome aguda em seis países africanos - Burkina Faso, Zimbabué, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia -, Oleg Kobyakov sublinhou que este contributo satisfez 23% das necessidades anuais totais de importação de trigo da Somália, 9% do Burkina Faso e 6% do Mali.

"Nos últimos cinco anos, a Rússia doou cerca de 300 milhões de dólares (276 milhões de euros) em ajuda a 30 nações em várias partes do mundo, principalmente em África, através do programa", disse, referindo-se ao Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, afiliado à Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês). 

"No entanto, estes fornecimentos humanitários devem ser considerados medidas de emergência e de apoio pontual", acrescentou Kobyakov, frisando que a organização saudaria uma "interação mais próxima com a Rússia, incluindo no continente africano", com "novas contribuições voluntárias para projetos da FAO que visam, sobretudo, a introdução de práticas agrícolas sustentáveis, gestão de recursos hídricos e redução do desperdício alimentar".

A Rússia assumiu este ano a presidência rotativa do BRICS+, grupo inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e posteriormente alaragado à Arábia Saudita, Irão, Egito, Argentina, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. 

Estas economias emergentes têm "enorme potencial para um maior desenvolvimento do setor agrícola", afirmou Kobyakov.

"África oferece solos abundantes, zonas agrícolas sustentáveis, uma gama diversificada de produtos agrícolas que crescem localmente e podem ocasionalmente gerar duas ou três colheitas por ano, e recursos pesqueiros abundantes", disse.

Kobyakov salientou que "a África do Sul produz trigo, milho, uvas e cana-de-açúcar à escala industrial" e apontou os pontos fortes também do Brasil, enquanto "o maior exportador de produtos agrícolas do mundo, fornecendo café, cana-de-açúcar, carne e soja para os mercados globais". 

"Estou confiante de que a atual presidência russa dará grande prioridade às interações dos países membros nos setores agrícola e associados, incluindo a pesca, a silvicultura e a indústria alimentar, bem como ao desenvolvimento rural e à melhoria da vida nas aldeias", disse Kobyakov, acrescentando que a FAO está preparada para dar assistência nesse processo.

A FAO, agência especializada da ONU no domínio da ajuda ao desenvolvimento, lidera os esforços internacionais de combate à fome, operando em mais de 130 países.

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