Bebés morrem em hospitais da Faixa de Gaza por fome e desidratação

Quatro bebés morreram hoje por desnutrição e desidratação no hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, o que eleva para dez o total de crianças que morreram por estas causas nos últimos três dias.

Notícia

© Abed Zagout/Anadolu via Getty Images

Lusa
29/02/2024 22:37 ‧ 29/02/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

A informação foi avançada pelo Ministério da Saúde deste território palestiniano.

Outros quatro bebés já tinham morrido por desnutrição neste hospital, que ficou fora de serviço na quarta-feira, por falta de combustível para os geradores elétricos que alimentam as incubadoras.

Outros dois bebés tinham morrido nas mesmas circunstâncias no hospital Shifa, na cidade de Gaza.

"O número de mortes de bebés mártires em resultado da desnutrição e desidratação aumentou para dez no note de Gaza", afirmou em comunicado o porta-voz ministerial, Ashraf al Qudra.

O hospital Al Awda, na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, anunciou na quarta-feira a suspensão total dos seus serviços, devido à escassez de combustível, material médico e medicamentos, informou a agência noticiosa palestiniana Wafa, o que agrava uma situação sanitária, que já está abaixo dos mínimos requeridos.

Cerca de 700 mil palestinianos, de uma população total superior a dois milhões de pessoas, permanecem no norte da Faixa de Gaza, onde a crise humanitária é ainda mais grave do que no resto do enclave devido ao difícil, quase nulo, acesso dos transportes para a entrega de abastecimentos e ajuda humanitária.

A morte destes bebés acontece no mesmo dia em que ocorreu um massacre de mais de uma centena de palestinianos no norte da Faixa de Gaza, que estavam justamente à espera de uma coluna humanitária com 32 camiões, quando foram alvejados por tropas israelitas, como denunciou esta manhã o Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.

Por seu lado, o exército israelita atribuiu as mortes aos motoristas dos camiões e a empurrões que causaram "uma debandada", quando centenas de pessoas se aglomeraram junto dos camiões com ajuda humanitária.

Um porta-voz negou que os militares israelitas tenham disparado, apesar das feridas de bala apresentadas nos corpos palestinianos.

Pelo menos, outros 760 palestinianos foram feridos, informou o Ministério da Saúde, com o Hamas a denunciar não só a estratégia israelita de sujeitar os palestinianos à fome e, agora, também a morte dos que aguardam ajuda alimentar, como também a ameaçar limitar as negociações em curso para uma eventual trégua.

"As negociações realizadas pela direção do movimento [Hamas] não são um processo aberto á custa do sangue do nosso povo", afirmou o Hamas, em comunicado, distribuído nas redes sociais, em que também acusou os EUA de cumplicidade com este "massacre atroz, sem precedente na história dos crimes de guerra".

Leia Também: "A vida está a deixar Gaza a um ritmo aterrador"

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