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O que se passa na Transnístria e o que levou ao pedido de ajuda à Rússia?

A autoproclamada república pró-russa da Transnístria, localizada entre a Moldova e a Ucrânia, pediu "proteção" à Rússia. Eis o que se sabe até ao momento.

O que se passa na Transnístria e o que levou ao pedido de ajuda à Rússia?
Notícias ao Minuto

15:58 - 29/02/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Transnístria

A Transnístria, uma região separatistas pró-russa localizada a leste da Moldova, fez soar os alarmes, na quarta-feira, após as autoridades locais terem aprovado uma declaração oficial que pede a "proteção" da Rússia face a Chisinau. Mas, afinal, o que levou a este pedido e qual a posição dos países ocidentais (e da Ucrânia)?

A preocupação em relação à Transnístria adensou-se com o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, tendo, inclusive, surgido alusões sobre uma eventual expansão do conflito à região.

Já em 2023, as autoridades da autoproclamada república, localizada entre a Moldova e a Ucrânia, acusaram Kyiv de pretender atacá-la e afirmaram que preveniram um atentado contra os seus dirigentes. Na altura, o Ministério da Defesa russo assegurou também que a Ucrânia preparava uma "provocação armada" contra a Transnístria. 

Em janeiro deste ano, as autoridades da Transnístria avisaram que grupos de combate estavam a ser treinados em território moldavo para lançar um ataque contra a autoproclamada república. Em comunicado, o Ministério da Segurança da região disse que os grupos eram constituídos por mais de 60 pessoas, a maior parte delas provenientes do território ucraniano e com experiência em operações de combate.

Passado um mês, face às crescentes tensões, os deputados da Transnístria reuniram-se num congresso extraordinário - o primeiro desde 2026 - e assinaram uma declaração, na qual solicitaram que Moscovo "adote medidas para proteger a Transnístria num contexto de crescente pressão por parte da Moldova".

Notícias ao Minuto Deputados da Transnístria reúnem-se em congresso extraordinário© STRINGER/AFP via Getty Images

Atualmente, a Rússia mantém 1.500 militares no território, segundo os números oficiais, envolvidos numa missão de manutenção da paz. No entanto, em resposta ao pedido, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo defendeu que "proteger os interesses dos residentes da Transnístria" é "uma das prioridades". 

"Todos os pedidos são sempre cuidadosamente considerados pelos órgãos russos relevantes", declarou.

A Moldova já criticou o pedido de "medidas de proteção", com o vice-primeiro-ministro moldavo, Oleg Serebrian, a defender que o governo "rejeita a propaganda vinda de Tiraspol", capital da autoproclamada república. 

Governo moldavo critica pedido de proteção da Transnístria à Rússia

A Moldova criticou hoje as iniciativas das autoridades da região separatista pró-russa da Transnístria, que pediram à Rússia "medidas de proteção" face à alegada pressão de Chisinau.

Lusa | 16:19 - 28/02/2024

Pelo lado da Ucrânia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, apelou a "uma resolução pacífica das questões económicas, sociais e humanitárias [entre Moldova e Transnístria], sem qualquer interferência externa destrutiva".

"Estamos a fazer e continuaremos a fazer todos os possíveis para (...) evitar qualquer tentativa da Rússia de desestabilizar a Moldova ou outros países da nossa região", acrescentou o ministro, que disse estar "a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos" e pediu "a rápida retirada das tropas russas" da Transnístria.

E o que dizem os países do Ocidente?

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, garantiu que "os Estados Unidos apoiam fortemente a soberania e a integridade territorial da Moldova dentro das suas fronteiras reconhecidas internacionalmente".

Já a diplomacia da União Europeia (UE) disse estar a acompanhar "muito de perto" a situação e frisou que a "estabilidade nesta região" é "do interesse de todas as populações". 

"A UE está a acompanhar de muito perto o desenrolar da situação na República da Moldova e também no território separatista da Transnístria. Acreditamos que a estabilidade nesta região é, antes de mais, do interesse de todas as populações de ambos os lados do rio e, neste contexto, encorajamos ambas as partes a encetar um diálogo construtivo", disse o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.

Transnístria? UE acompanha "muito de perto" situação e confia na Moldova

A diplomacia da União Europeia (UE) disse hoje acompanhar "muito de perto" a situação na Transnístria, uma região separatista russófona do leste da Moldova, indicando confiar que as autoridades moldovas "façam tudo" para gerir as tensões.

Lusa | 14:21 - 29/02/2024

À semelhança da Ucrânia, também França considerou que a Rússia está "muito provavelmente" por detrás das "tentativas de desestabilização" na Moldova.

"A Moldova enfrenta tentativas de desestabilização cada vez mais agressivas, muito provavelmente impulsionadas pela Rússia", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, comentando que "o apelo à chamada proteção por parte de Moscovo dos separatistas que não têm autonomia é um cenário conhecido".

Sublinhe-se que a Transnístria, uma estreita faixa de terra, declarou a secessão após um breve conflito em 1992 contra o Exército moldavo. No entanto, o território, que percorre o rio Dniestr e conta oficialmente com 465.000 habitantes na maioria russófonos, não é reconhecido como estado pelas instâncias internacionais, incluindo por Moscovo.

Leia Também: Moscovo "muito provavelmente" por trás de tensão na Moldova

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