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Mar Vermelho. Crise aumenta 40% preço do transporte de ajuda humanitária

A Organização Não-Governamental (ONG) International Rescue Committee (IRC) afirmou hoje que o preço do transporte da sua ajuda humanitária para o Sudão aumentou 40% devido à crise no Mar Vermelho, onde os Huthis atacam navios há meses.

Mar Vermelho. Crise aumenta 40% preço do transporte de ajuda humanitária
Notícias ao Minuto

17:30 - 28/02/24 por Lusa

Mundo IRC

Cartum, 28 fev 2024 (Lusa) - A Organização Não-Governamental (ONG) International Rescue Committee (IRC) afirmou hoje que o preço do transporte da sua ajuda humanitária para o Sudão aumentou 40% devido à crise no Mar Vermelho, onde os Huthis atacam navios há meses.

O IRC afirmou em comunicado que o seu transportador "tomou a difícil decisão" de suspender as operações para Porto Sudão, o principal porto do país africano no Mar Vermelho.

Desde novembro, os rebeldes iemenitas têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, focando maioritariamente as operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.

Esta rota representa cerca de 15% do comércio marítimo mundial e os ataques dos Huthis, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, levou a que várias companhias marítimas internacionais evitassem esta zona.

Devido a isso, a ONG "viu-se obrigada a procurar rotas alternativas" para fazer chegar à população material médico essencial para os serviços de saúde no Sudão devastado pela guerra desde abril de 2023, palco da maior crise de deslocados do mundo.

"Os carregamentos que costumavam demorar uma ou duas semanas, no máximo, demoram agora meses a chegar até nós", afirmou o diretor nacional do IRC no Sudão, Eatizaz Yousif, que referiu que Porto Sudão é "o principal centro das agências de ajuda humanitária na região".

A alternativa apresentada à ONG foi a de reencaminhar a rota através de uma outra companhia de navegação que opera a partir do porto de Jebel Ali, nos Emirados Árabes Unidos, para Porto Sudão, o que significaria um aumento de 40% nas operações.

"As rotas alternativas implicam distâncias de transporte mais longas, o que aumenta os tempos de trânsito e, consequentemente, provoca atrasos na entrega de ajuda urgente aos necessitados, tornando as nossas operações difíceis e dispendiosas", afirmou.

De acordo com as autoridades locais, o Sudão tornou-se dependente da importação de produtos básicos depois de a guerra ter destruído 80% das fábricas em Cartum, a capital, e da refinaria de petróleo da região ter deixado de funcionar, pelo que a diminuição drástica das chegadas de navios coloca o país numa situação ainda mais difícil.

Cerca de 13.900 pessoas morreram e 8,1 milhões fugiram das suas casas devido aos confrontos entre o exército sudanês e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), segundo os dados das Nações Unidas revelados em 23 de fevereiro.

O Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED) calcula que cerca de 13.900 pessoas foram mortas desde o início do conflito no país, em 15 de abril de 2023, enquanto o Ministério Federal da Saúde do Sudão anunciou que cerca de 27.700 pessoas ficaram feridas entre essa data e a última semana de janeiro.

Leia Também: Iémen pede ajuda à ONU para evitar catástrofe ambiental no Mar Vermelho

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