Biden celebra vitória em Michigan e ignora protesto por apoio a Israel

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou a vitória nas primárias democratas do Michigan, sem qualquer referência à campanha que apelou ao voto de protesto contra o apoio a Israel na guerra em Gaza.

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© Drew Angerer/Getty Images

Lusa
28/02/2024 08:51 ‧ 28/02/2024 por Lusa

Mundo

EUA

Num comunicado, Biden agradeceu aos eleitores de Michigan (nordeste) que "fizeram ouvir as suas vozes hoje [terça-feira]".

"Exercer o direito de voto e participar na nossa democracia é o que torna os Estados Unidos grandes", acrescentou.

O chefe de Governo recordou que, nas últimas eleições, em 2020, "foi a coligação alargada de Michigan que se uniu para rejeitar o extremismo MAGA de Donald Trump", numa referência ao principal slogan do republicano 'Make America Great Again' (Engrandecer de Novo a América).

Com 89% dos boletins contados, Biden garantiu 80,5% dos votos, com uma larga vantagem sobre a escritora Marianne Williamson (3%) e o congressista Dean Phillips, do Minnesota (centro-norte), que obteve 2,8%.

Mas, no comunicado, o Presidente não fez qualquer referência a um movimento de democratas desiludidos com o apoio a Israel na guerra em Gaza e que colocou em marcha uma campanha para convencer o eleitorado do Michigan a realizar um voto de protesto.

De acordo com dados preliminares, 13,8% dos eleitores, ou mais de 98 mil votos, preferiram votar em branco, escolhendo a opção "não comprometido".

A analista luso-americana Daniela Melo, professora na Universidade de Boston, disse à Lusa que a dimensão histórica do voto em branco no Michigan é o primeiro indicador concreto de que Biden pode ter "um problema sério" com quem protesta o apoio a Israel.

"O facto é que a política externa pode vir a ter um peso muito maior nesta eleição do que teve em eleições passadas, não só com a questão da Ucrânia, mas com a questão de Israel", notou.

"O Michigan tem cerca de 200 mil eleitores de origem árabe", referiu a cientista política. E continuou: "Mas também temos aqui uma associação com o voto jovem, que está muito alinhado", explicou.

"Tudo isto será interpretado como um grande desafio a Biden, porque ele tem margens muito pequenas para conseguir uma vitória", disse, referindo que este é um dos estados essenciais em novembro.

Nas eleições presidenciais de 2016, Donald Trump venceu a candidata democrata Hillary Clinton no Michigan por menos de 11 mil votos.

Apesar da pressão que Biden tem exercido sobre o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, devido à violência em Gaza, muitos eleitores democratas exigem o fim imediato do apoio a Israel e responsabilizam o Presidente norte-americano.

Leia Também: Biden pode ter "problema sério" com voto de protesto por apoio a Israel

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