Sun Weidong, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, na capital russa. Os dois "discutiram uma série de temas prementes, incluindo a crise ucraniana e a situação na península coreana", de acordo com o comunicado.
Os dois países concordaram também em melhorar a coordenação nas principais organizações internacionais, incluindo no bloco de economias emergentes BRICS.
A Rússia assumiu a presidência do bloco no início deste ano e o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o seu país vai realizar uma cimeira de líderes em Kazan, em outubro.
"Foi realizada uma discussão confidencial sobre a garantia de segurança no espaço euro-asiático, bem como na região da Ásia-Pacífico, dadas as tentativas ativas do Ocidente de criar pequenos blocos político-militares na região", referiu o comunicado, utilizando o termo que normalmente designa as ex-repúblicas soviéticas.
A China recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. O país asiático tem prestado importante apoio político, diplomático e económico ao país vizinho. O comércio bilateral registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros).
Em dezembro passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, voltou a frisar que manter relações robustas com a Rússia é uma "escolha estratégica" da China, durante uma reunião com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishoustin, em Pequim.
Só no ano passado, Putin e Xi Jinping encontraram-se duas vezes. Espera-se que o líder russo visite a China este ano, disse o embaixador da China na Rússia, Zhang Hanhui, numa entrevista no mês passado.
Em janeiro, Ma Zhaoxu, vice-ministro executivo dos Negócios Estrangeiros da China, também manteve conversações com Lavrov na Rússia e copresidiu as consultas entre os dois ministérios.
Perante o crescente isolamento, a Rússia tem também vindo a intensificar a sua relação com a Coreia do Norte, que aumentou significativamente os seus testes de armamento nos últimos meses, apesar de anos de sanções económicas e militares por parte das Nações Unidas.
Em janeiro, a Casa Branca afirmou que tinha provas de que a Coreia do Norte tinha fornecido mísseis balísticos à Rússia e que este país pretendia receber equipamento militar em troca, uma afirmação que Pyongyang e Moscovo negaram.
Para forçar Putin a pôr fim à guerra, a União Europeia anunciou na semana passada uma nova ronda de sanções, que abrangeu o ministro da Defesa da Coreia do Norte e, pela primeira vez, proibiu as exportações para três empresas da China, acusadas de fornecerem tecnologia militar sensível à Rússia.
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