Responsável do partido de oposição em Taiwan visita China

O vice-presidente do Kuomintang (KMT), principal partido da oposição de Taiwan, Andrew Hsia, iniciou hoje uma visita de sete dias à China, num contexto de tensões devido à morte de dois pescadores chineses ao largo das ilhas Kinmen.

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Lusa
26/02/2024 06:57 ‧ 26/02/2024 por Lusa

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Taiwan

A visita do antigo ministro dos Assuntos Continentais de Taiwan (2015-2016) inclui paragens em Xiamen, Cantão, Nanchang, Hangzhou, Kunshan e Xangai, segundo o jornal local Taipei Times, que referiu que a visita começou a ser preparada no final do ano passado.

Embora não esteja previsto qualquer encontro com os responsáveis chineses, o KMT manifestou essa vontade por parte de Hsia se a oportunidade surgir.

Hsia quer também "expressar as condolências" às famílias dos dois pescadores chineses que morreram após uma perseguição da Guarda Costeira de Taiwan, a 14 de fevereiro.

"A delegação expressa o seu desejo de que a verdade sobre o acidente seja tornada pública, para que ambas as partes se respeitem mutuamente e evitem que acontecimentos semelhantes voltem a acontecer", declarou o KMT, em comunicado, sublinhando que a maioria dos taiwaneses "não quer ver uma deterioração das relações" entre a ilha e a China continental.

A principal força da oposição da ilha - mais inclinada a estreitar os laços com Pequim do que o Partido Democrático Progressista (DPP), no poder - sublinhou que os taiwaneses "simpatizam" com as famílias dos pescadores, que morreram após um acidente que "demonstrou a falta de comunicação e de diálogo através do Estreito de Taiwan".

"Enquanto maior partido da oposição do país, procuramos aliviar as tensões entre os dois lados do Estreito através da continuação do diálogo com a China, que não deve ser interrompido por qualquer acidente. Esta atitude deve ser bem acolhida tanto pela comunidade taiwanesa como pela comunidade internacional", afirmou o KMT.

O vice-presidente do KMT efetuou várias viagens à China nos últimos anos, a última das quais em dezembro passado, quando visitou a comunidade taiwanesa na China para procurar apoio para as eleições presidenciais de 13 de janeiro, que foram ganhas pelo candidato do partido no poder, William Lai.

Esta visita decorre no meio da tensão suscitada pelo incidente ocorrido nas ilhas Kinmen, um arquipélago onde vivem cerca de 120.000 taiwaneses e que se situa a apenas dez quilómetros da cidade chinesa de Xiamen, e a mais 187 quilómetros da ilha principal de Taiwan.

Em 14 de fevereiro, uma lancha chinesa - sem certificado, nome ou número de registo portuário - entrou nas águas ao largo de Kinmen e dois dos quatro tripulantes morreram após uma perseguição pela Guarda Costeira de Taiwan.

Em resposta, a China anunciou a realização de patrulhas na zona para "proteger as vidas e os bens dos pescadores", acusando as autoridades de Taiwan de tratarem os pescadores chineses de forma "rude e perigosa", embora Taipé tenha insistido que a guarda costeira procedeu "de acordo com a lei".

As ilhas Kinmen têm sido objeto de múltiplas disputas entre a China e Taiwan ao longo das décadas, com destaque para o bombardeamento maciço em 1958, quando os militares chineses abriram fogo contra o arquipélago no âmbito da segunda crise do Estreito de Taiwan.

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