Presos políticos? "Ditadores testam limites para ver onde podem chegar"

A líder da oposição democrática da Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaia, exortou hoje o Ocidente a reforçar o seu apoio aos presos políticos no seu país, ao considerar que as suas vidas estão em perigo após a recente morte do opositor russo Alexei Navalny.

Svetlana Tikhanovskaia

© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

Lusa
22/02/2024 16:21 ‧ 22/02/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Os ditadores testam os seus limites para ver até onde podem chegar sem consequências", advertiu a opositora no exílio, numa intervenção perante diplomatas ocidentais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) numa referência ao líder autoritário bielorrusso Alexandr Lukashenko, no poder desde 1994.

"Na semana passada comoveu-nos a morte de Alexei Navalny. Não foi apenas uma morte, foi um assassinato. E esta semana morreu outro preso político, Igor Lednik, numa prisão de Lukashenko", acrescentou Tikhanovskaia, cujo marido, o também opositor Serguei Tijanovski, permanece detido desde 2020.

"Peço aos vossos governos que coloquem a questão da libertação imediata dos presos políticos. Os vossos diplomatas podem exigir autorização de acesso aos presos, em particular os que estão incomunicáveis, como o meu marido", disse a opositora.

A Bielorrússia, uma antiga república soviética, é o mais próximo aliado da Rússia, apesar de as tropas bielorrussas ainda não se terem envolvido na invasão da vizinha Ucrânia.

Em 2020, Tikhanovskaia apresentou-se como candidata às eleições presidenciais na Bielorrússia, com acusações da manipulação pelo regime e que implicaram manifestações inéditas durante semanas.

Diversos dirigentes da oposição foram detidos e a líder da oposição optou por se exilar na vizinha Lituânia, onde prossegue a atividade política.

No próximo domingo decorrem eleições legislativas na Bielorrússia, sem a participação da oposição e sem a presença de observadores da OSCE.

"Nada tem a ver com eleições. Lukashenko apenas pretende legitimar-se a si próprio. Nada vai mudar. É uma farsa, um espetáculo e um circo, mas não são eleições", disse Tikhanovskaia.

A líder da oposição bielorrussa discursava em Viena perante o designado "grupo de amigos da Bielorrússia democrática na OSCE", que integra 20 países ocidentais.

A OSCE é um organismo multilateral que integra 57 países e foi criado em plena Guerra Fria para fomentar o diálogo entre os blocos.

A organização tem tentado fomentar a democracia e o Estado de Direito nos países do ex-bloco soviético, mas a atuação da organização está limitada desde a invasão militar russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Leia Também: Navalny. Relatores da ONU pedem investigação sobre morte de opositor

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