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Procurador dos EUA acusa suposto chefe do crime japonês de tráfico nuclear

O líder de uma organização criminosa com sede no Japão conspirou para traficar urânio e plutónio de Myanmar (ex-Birmânia), na convicção de que o Irão os utilizaria para fabricar armas nucleares, alegaram hoje as autoridades federais norte-americanas.

Procurador dos EUA acusa suposto chefe do crime japonês de tráfico nuclear
Notícias ao Minuto

07:57 - 22/02/24 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Takeshi Ebisawa, de 60 anos, e os seus cúmplices mostraram amostras de materiais nucleares que tinham sido transportados de Myanmar para a Tailândia a um agente infiltrado da Drug Enforcement Administration (DEA) que se fazia passar por traficante de narcóticos e de armas e que tinha acesso a um general iraniano, segundo os procuradores dos Estados Unidos.

O material nuclear foi apreendido e descobriu-se mais tarde que as amostras continham urânio e plutónio para armas.

"Como alegado, os arguidos neste caso traficavam drogas, armas e material nuclear, chegando ao ponto de oferecer urânio e plutónio para armas, na plena expectativa de que o Irão o utilizasse para fabricar armas nucleares", afirmou Anne Milgram, administradora da DEA, num comunicado. 

"Este é um exemplo extraordinário da depravação dos traficantes de droga que atuam com total desprezo pela vida humana", frisou.

O material nuclear veio de um líder não identificado de um "grupo ético insurgente" em Myanmar que tinha estado a extrair urânio no país, segundo os procuradores. Ebisawa propôs a esse líder que vendesse o urânio por seu intermédio para financiar a compra de armas do general, alegam os documentos do tribunal.

Segundo os procuradores, o líder insurgente forneceu amostras, que um laboratório federal dos Estados Unidos descobriu que continham urânio, tório e plutónio, e que a "composição isotópica do plutónio" era de grau de armamento, o que significa que uma quantidade suficiente seria adequada para ser usado numa arma nuclear.

Ebisawa, que os procuradores alegam ser o líder de uma organização criminosa internacional com sede no Japão, foi uma das quatro pessoas detidas em abril de 2022 em Manhattan durante uma operação da DEA. 

O alegado traficante japonês foi preso e aguarda julgamento, encontrando-se entre os dois réus citados numa acusação de substituição. 

Ebisawa é acusado de tráfico internacional de materiais nucleares, conspiração para cometer esse crime e várias outras acusações. O advogado de Ebisawa, Evan Loren Lipton, foi contactado por correio eletrónico para comentar o assunto, nas nada respondeu.

O procurador norte-americano Damian Williams disse que Ebisawa traficou "descaradamente" o material de Myanmar para outros países.

"Alegadamente, fê-lo acreditando que o material seria utilizado no desenvolvimento de um programa de armas nucleares e que o plutónio para armas que traficou, se produzido em quantidades suficientes, poderia ter sido utilizado para esse fim", afirmou Williams no comunicado de imprensa. 

"Mesmo quando alegadamente tentou vender materiais nucleares, Ebisawa também negociou a compra de armas mortais, incluindo mísseis terra-ar", referiu.

Os arguidos deverão ser formalmente acusados no tribunal federal de Manhattan.

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