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UNRWA alvo de denúncia em França por crimes contra a humanidade

Uma associação judaica francesa apresentou uma queixa por crimes contra a humanidade e cumplicidade contra a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) e os seus funcionários, revelou hoje o advogado da coletividade.

UNRWA alvo de denúncia em França por crimes contra a humanidade
Notícias ao Minuto

20:51 - 21/02/24 por Lusa

Mundo França

A associação França-Israel - Aliança General Koenig apresentou esta denúncia através da constituição de uma parte civil junto da unidade de crimes contra a humanidade do tribunal judicial de Paris, em 09 de fevereiro.

O procedimento visa obter a nomeação de um juiz de instrução, o que pode demorar vários meses.

Nesta denúncia, citada pela agência France-Presse (AFP), a associação evoca ambivalência em relação ao movimento islamita palestiniano Hamas, da qual a UNRWA é acusada "há vários anos".

Esta coletividade lembra que vários países, nomeadamente os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão suspenderam o financiamento da UNRWA, após acusações israelitas de que 12 pessoas da agência da ONU, entre os seus 13.000 funcionários na Faixa de Gaza, estiveram alegadamente envolvidas no ataque do Hamas em 07 de outubro em solo israelita.

Israel pediu ao chefe da agência, o francês Philippe Lazzarini, que renunciasse depois de afirmar que um dos túneis utilizados pelo Hamas tinha sido descoberto sob a sede da agência em Gaza.

Lazzarini respondeu que o túnel estava a 20 metros de profundidade, tornando impossível para a UNRWA descobrir tal instalação.

Para a associação, "ao participarem ativamente nos ataques de 07 de outubro de 2023 (...), os funcionários da UNRWA são culpados de crimes contra a humanidade e de cumplicidade".

"Está agora suficientemente provado que a UNRWA tinha informações sobre o envolvimento dos seus funcionários ao lado do movimento terrorista Hamas na prática deste crime contra a humanidade", acrescentou David-Olivier Kaminski, advogado da associação.

"Estamos a conduzir uma investigação sobre todas as alegações relacionadas com os nossos funcionários e 07 de outubro", frisou à AFP a responsável pela comunicação da UNRWA, Juliette Touma.

"Também temos uma revisão em curso de outros tipos de acusações semelhantes às anteriores, liderada pela ex-ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna", acrescentou.

Fundada em 1949 para cuidar dos refugiados palestinos após a primeira guerra israelo-árabe, a UNRWA é a principal organização de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

No início de outubro passado, o Hamas lançou uma série de ataques em território israelita que causaram cerca de 1.200 mortos, com os milicianos a capturarem pelo menos 240 reféns, 100 deles já libertados.

Por seu lado, o Exército israelita lançou uma campanha militar na Faixa de Gaza contra as estruturas das milícias palestinianas.

Segundo as autoridades da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo Hamas desde 2007, o número de mortos na sequência da ofensiva israelita ascende atualmente a quase 30.000, na sua maioria mulheres e crianças.

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