"Este traidor e criminoso tornou-se um cadáver moral no momento em que planeou o seu crime sujo e terrível", disse Serguei Narishkin, segundo a agência de notícias oficial russa RIA Novosti.
Narishkin acrescentou: "Na Rússia costuma-se dizer: ou se diz bem dos mortos ou não se diz nada".
Quando a televisão pública russa noticiou a deserção do piloto em outubro, o jornalista anunciou que a ordem para liquidar Maksim Kuzminov já tinha sido dada.
Durante a sua conferência de imprensa diária, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, disse desconhecer se as autoridades espanholas informaram Moscovo sobre o caso. Além disso, afirmou que a morte de Kuzminov "não é um problema" que esteja na agenda do Kremlin.
Kuzminov foi morto a tiro em 13 de fevereiro numa garagem de uma urbanização de Villajoyosa (Espanha), conforme confirmaram na segunda-feira à agência de notícias EFE fontes próximas à investigação.
Embora a documentação encontrada não correspondesse à de Kuzminov, as fontes consultadas pela EFE esclareceram que se trata mesmo do piloto que desertou das tropas russas.
Na segunda-feira, o meio de comunicação ucraniano Kyiv Post noticiou também que o representante dos serviços de informação militar ucranianos (GUR), Andri Yusov, confirmou a morte do piloto, embora não tenha mencionado o local onde o corpo foi encontrado.
Uma fonte do GUR disse a outro meio de comunicação ucraniano, o Ukrainska Pravda, que o piloto foi morto a tiro e que também foi encontrado perto da sua casa um carro incendiado, provavelmente utilizado pelos assassinos. Esta descrição coincide com os factos ocorridos em Espanha.
Segundo o GUR, Kuzminov decidiu ir morar na Espanha em vez de permanecer na Ucrânia.
A deserção do russo ocorreu em agosto e foi noticiada em setembro, quando o GUR ucraniano publicou imagens em que o piloto russo, então com 28 anos, explicava como foi contactado pelo serviço de informação militar ucraniano, que lhe ofereceu proteção e dinheiro.
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