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ONU lamenta lançamento de bombas sobre campos de deslocados na RDCongo

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) lamentou hoje o lançamento de bombas sobre vários campos de deslocados no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde dezenas de milhares de pessoas se refugiam de combates.

ONU lamenta lançamento de bombas sobre campos de deslocados na RDCongo
Notícias ao Minuto

20:01 - 14/02/24 por Lusa

Mundo ACNUR

"A situação é trágica e inaceitável. Apelamos urgentemente a todas as partes para que protejam os civis, respeitem o direito humanitário e estabeleçam corredores seguros para a ajuda humanitária", afirmou, em comunicado, o coordenador regional do ACNUR na RDCongo, Chansa Kapaya.

"A utilização crescente de artilharia pesada e de bombardeamentos nos combates em torno da cidade de Goma representa uma séria ameaça para as populações civis e deslocadas", lê-se no comunicado.

O ACNUR declarou estar "profundamente alarmado" com o lançamento de bombas nos campos de deslocados internos de Zaina, na cidade de Sake, e de Lushagala, em Goma, onde estão alojadas cerca de 65.000 pessoas.

De acordo com a agência das Nações Unidas, pelo menos 15 civis foram mortos e 29 ficaram feridos este mês nos arredores de Goma e Sake.

Além disso, o alastramento dos combates está a impedir que os trabalhadores humanitários prestem assistência às 800.000 pessoas deslocadas na zona onde o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e o exército estão a combater.

O M23 reativou os combates a 01 de outubro de 2023, após meses de relativa calma.

Desde então, avançou em várias frentes até chegar a 20 quilómetros de Goma, cidade que o movimento ocupou durante dez dias em 2012, antes de se retirar sob pressão da comunidade internacional.

Os rebeldes tomaram o controlo das principais estradas que ligam o resto do país a esta capital provincial estratégica, onde vivem mais de um milhão de pessoas e onde estão sediadas numerosas organizações não-governamentais (ONG) internacionais e instituições da ONU.

Os combates provocaram também sérias tensões entre a RDCongo e o Ruanda devido à alegada colaboração de Kigali com o grupo rebelde, uma alegação que as autoridades ruandesas sempre negaram, embora tenha sido confirmada pela ONU.

O Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de colaborar com as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundadas em 2000 por líderes do genocídio de 1994, e com outros ruandeses (hutus) exilados na RDCongo para recuperar o poder político no seu país. Esta colaboração foi igualmente confirmada pela ONU.

Desde 1998, o leste da RDCongo, país que faz fronteira com Angola, está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU no país (Monusco).

Leia Também: "Areias movediças". ONU pede fim do "perigoso ciclo de escalada" no Iémen

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