Meteorologia

  • 16 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

Afinal, qual é o beijo na boca mais antigo de que há registo?

A investigação de um casal resultou num artigo publicado no ano passado na revista Science, que derrubou algumas ideias sobre o começo do beijo na boca.

Notícias ao Minuto

17:40 - 14/02/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Science

Beijar é um ato tão natural e comum em várias sociedades atuais que é facilmente banalizado. Mas afinal, quando é que as pessoas se começaram a beijar na boca? Será que sempre aconteceu ou só começou a acontecer num passado relativamente recente? O New York Times falou com o casal que alterou o conhecimento que existia sobre o assunto.

Durante a primavera de 2008, muito antes de ambos trabalharem juntos e descobrirem provas do primeiro beijo registado da humanidade, Sophie Lund Rasmussen e Troels Pank Arboll deram o seu primeiro beijo de boa noite. 

Três anos depois, os dois casaram-se. Arboll é hoje professor universitário de assiriologia e Rasmussen é ecologista na Unidade de Pesquisa de Conservação da Vida Selvagem da Universidade de Oxford e na Universidade de Aalborg, na Dinamarca.

Durante um jantar, em 2022, o casal discutiu sobre um novo estudo genético que ligava as variantes modernas do herpes ao beijo boca a boca na Idade do Bronze, aproximadamente 3300 a.C. a 1200 a.C. Nos materiais que pesquisaram, perceberam que o Sul da Ásia era o local de origem e rastrearam os primeiros beijos relatados até 1500 a.C.

Nas imagens na galeria, por exemplo, pode ver uma representação de casal nu a beijar-se, numa cama. É uma tábua de argila da Babilónia, datada de 1800 a.C..

No entanto, o casal acreditava que não era o começo. "Eu disse a Sophie que conhecia relatos ainda mais antigos escritos nas línguas suméria e acadiana", referiu Arboll, cuja especialidade são relatos antigos de diagnósticos médicos, prescrições e rituais de cura.

"Então, depois do jantar, verificámos novamente", destacou Rasmussen. O casal consultou textos de escrita cuneiforme em tábuas de argila da Mesopotâmia (atual Iraque e Síria) e do Egito para obter exemplos claros de beijos íntimos.

A sua investigação resultou num artigo publicado no ano passado na revista Science que derrubou a ideia de que as pessoas de uma região específica foram as primeiras a beijar-se, apontando que a história do primeiro beijo romântico-sexual é pelo menos 1.000 anos mais antiga do que o que era conhecido anteriormente.

A equipa dinamarquesa de marido e mulher afirmou que, pelo menos desde o final do terceiro milénio a.C., o beijo era uma parte generalizada e bem estabelecida do romance no Médio Oriente. "Beijar não era um costume que surgiu abruptamente num único ponto de origem. Em vez disso, parece ter sido comum em várias culturas", afirmou Arboll.

Gravado em argila cerca de 2400 a.C.

Rasmussen e Arboll propõem, no estudo, que o primeiro relato de beijo foi gravado no Cilindro de Barton, uma tábua de argila que data de cerca de 2400 a.C. O objeto foi descoberto na antiga cidade suméria de Nippur, em 1899, e recebeu o nome de George Barton, professor de línguas semíticas no Bryn Mawr College, que o traduziu 19 anos depois.

Atualmente está instalado no Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia, onde, de 1922 a 1931, George Barton ensinou línguas semíticas e história da religião.

Notícias ao Minuto Cilindro de Barton© The University of Pennsylvania Museum of Archaeology and Anthropology  

O texto da tábua descreve o mito da criação suméria e problemas com mantimentos em Nippur, assim a descrição de uma relação sexual entre duas divindades.

Gonzalo Rubio, um assiriologista da mesma universidade, deu alguns detalhes sobre o que está escrito na tábua. "Na descrição do ato de beijar na literatura suméria, os sujeitos têm relações sexuais primeiro e só depois se beijam. É uma espécie de brincadeira posterior, ao invés de preliminar".

Leia Também: Despesa militar de países da NATO excluindo EUA disparou 32% desde 2014

Recomendados para si

;
Campo obrigatório