"Apelamos ao movimento Hamas para que conclua rapidamente o acordo sobre os prisioneiros, a fim de poupar o nosso povo palestiniano de uma nova catástrofe, não menos perigosa do que a 'nakba' ('catástrofe') de 1948", afirmou Abbas, citado pela agência noticiosa palestiniana Wafa.
O presidente da Autoridade Palestiniana referia-se diretamente à designação histórica palestiniana "catástrofe" relativa aos primeiros efeitos da criação do Estado de Israel (primeira guerra israelo-árabe).
O novo apelo de Mahmoud Abbas ocorre após quatro meses de guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Abbas apelou igualmente "à Administração norte-americana e aos irmãos árabes para que trabalhem seriamente para concluir o acordo (...) a fim de poupar ao povo palestiniano o horror" de uma guerra devastadora.
O Presidente da Autoridade Palestiniana, cuja sede se situa em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, acrescentou que considerava "todos responsáveis por qualquer obstáculo levantado por qualquer parte que perturbe o acordo".
"As coisas já não são toleráveis e é altura de todos assumirem as suas responsabilidades", afirmou.
A Autoridade Palestiniana foi expulsa da Faixa de Gaza em 2007 pelo movimento islamita Hamas, que venceu as eleições no enclave no ano anterior.
O Hamas não faz parte das negociações em curso para uma trégua na Faixa de Gaza, incluindo a libertação de reféns detidos no território palestiniano em troca da libertação de prisioneiros palestinianos em Israel.
Desde terça-feira, o Egito recebe representantes dos Estados Unidos, principal apoiante de Israel, e do Qatar, onde se encontra o líder do Hamas, para negociar uma nova trégua.
Israel está a planear um ataque de grande escala a Rafah, sul da Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egito, apesar dos apelos internacionais que receiam um desastre humanitário.
Em Rafah, aos cerca de 200 mil habitantes que residiam na cidade juntaram-se mais de 1,3 milhões de deslocados vindos do centro e norte do enclave palestiniano, na sequência dos numerosos ataques do Exército israelita contra posições do Hamas.
Leia Também: Autoridade palestiniana remodela comando de segurança
