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ONU pede libertação de uigures detidos em "campos de reeducação" na China

O grupo de trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias concluiu que os direitos humanos de quatro uigures detidos há anos em alegados campo de reeducação em Xinjiang (noroeste da China) foram violados, exigindo uma libertação imediata, foi hoje divulgado.

ONU pede libertação de uigures detidos em "campos de reeducação" na China
Notícias ao Minuto

16:34 - 12/02/24 por Lusa

Mundo Xinjiang

Em novembro passado, os peritos do grupo sublinharam numa reunião que a privação de liberdade de Halemaimaiti Yiliyasi, Abudureheman Kuerwanjiang, Mevlude Hilal e Paliden Yasheng violava os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

As conclusões dos peritos foram apenas divulgadas hoje, segundo indicou a agência noticiosa espanhola EFE.

O relatório publicado pelo grupo das Nações Unidas (ONU) assinala que os quatro detidos devem ser libertados de imediato e "com direito a uma indemnização e outras reparações de acordo com a lei internacional", e solicita uma investigação das circunstâncias das prisões e punição dos responsáveis.

O destino dos quatro detidos é desconhecido, e os seus casos são considerados "emblemáticos" da perseguição dirigida aos uigures de Xinjiang pelas autoridades chinesas.

Halemaimaiti Yiliyasi, um empresário, Abudureheman Kuerwanjiang, arquiteto, e Paliden Yasheng, doméstica, estão privados de liberdade desde 2017. O paradeiro da professora Mevlude Hilal também permanece desconhecido desde que foi detida pela segunda vez em 2019.

A professora é uma cidadã estrangeira, pelo facto de ter adotado a nacionalidade turca em 2012, após concluir estudos universitários em Istambul, apesar de ter nascido na província de Xinjiang.

O relatório dos peritos revela que Paliden Yasheng foi submetida a tortura durante dois meses e que a sua família foi extorquida pela polícia (as forças policiais exigiram 35.000 dólares em troca da sua libertação, mas pouco depois foi condenada a dez anos de prisão). Parte da sua família também permanece detida em diversos campos de reeducação, segundo o mesmo documento.

Grupos de direitos humanos e diversos Governos ocidentais, incluindo os Estados Unidos, acusam a China de deter centenas de milhares de uigures, uma etnia muçulmana turcófona instalada no noroeste do país, com o pretexto de combater o terrorismo 'jihadista' e o extremismo nessa zona próxima da Ásia central.

Os advogados que defendem os quatro detidos, citados no relatório, argumentam que as acusações de "extremismo" não são compatíveis com os direitos fundamentais básicos e que a detenção massiva de uigures na China é arbitrária ao basear-se em legislação excessivamente ambígua sem matéria antiterrorista.

A China já defendeu no passado a sua política de internamento maciço de uigures e de outras minorias do noroeste do país, assegurando então que não eram levados para campos de reeducação, mas sim para "centros de formação profissional" de forma voluntária.

Leia Também: UE pede auditoria ao recrutamento de agência da ONU para palestinianos

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