"Dou os parabéns a todos por terem vencido as eleições de 2024", refere, num vídeo publicado na rede social X onde o líder da oposição que aparece na imagem com o seu habitual traje de camisa branca e casaco tradicional, com a bandeira do seu partido e a do Paquistão como pano de fundo.

Khan, por vezes referido nos 'media' como "prisioneiro 804" devido ao seu número na prisão, está em confinamento solitário. No entanto, em diversas ocasiões, conseguiu divulgar gravações suas, que o seu partido utilizou para criar vídeos hiper-realistas do político a dirigir-se aos seus apoiantes.

#Pakistan Tehreek-e-Insaf #PTI Party officially released the victory message (AI version) of former Prime Minister Imran Khan#PakistanElections #PTIWon #ElectionsResults pic.twitter.com/5nDVN6gHDu

— Ghulam Abbas Shah (@ghulamabbasshah) February 9, 2024

"Apesar da repressão e da injustiça durante mais de dois anos, ganhámos as eleições de 2024 com uma maioria de dois terços", apontou o líder paquistanês, naquela que é de certa forma a sua primeira reação pública após o anúncio da vitória inesperada dos seus candidatos.

Os candidatos do seu partido foram obrigados a concorrer como independentes nas eleições, depois de terem sido impedidos de utilizar o símbolo do partido - um taco de críquete - para ajudar os eleitores analfabetos a encontrá-los nos boletins de voto.

De acordo com os resultados anunciados hoje pela Comissão Eleitoral do Paquistão (CEP), os aliados de Khan, composto por 98 candidatos independentes, conquistaram o maior número de lugares na Assembleia Nacional do Paquistão (Parlamento) nas eleições gerais realizadas esta quinta-feira.

Embora os candidatos independentes apoiados pelo PTI de Khan representem em conjunto a primeira força nestas eleições, não conquistaram lugares suficientes para formar uma maioria parlamentar e um governo.

Os resultados parciais para 243 dos 265 assentos que compõem a Assembleia Nacional, atrás dos candidatos leais a Khan estão os 69 alcançados pelo seu principal rival e segunda força nestas eleições, a Liga Muçulmana do Paquistão e os 51 do Partido Popular do Paquistão (PPP).

Estão ainda 22 lugares por ser atribuídos.

O resultado favorável ao PTI é um cenário inesperado para estas eleições, já que a antiga estrela do críquete foi excluída da corrida eleitoral, devido às condenações penais de que foi alvo. O candidato alega que as suas condenações e os mais de 150 processos judiciais ainda pendentes tiveram motivações políticas.

Até esta quinta-feira o cenário mais esperado para o Paquistão era uma vitória da Liga Muçulmana, liderada pelo três vezes primeiro-ministro Nawaz Sharif, em parte pela vantagem de Khan estar preso, mas sobretudo pelo apoio tácito do poderoso Exército do Paquistão, visto como o verdadeiro poder que controla o país.

O Paquistão é constitucionalmente uma república parlamentar democrática, pelo que nestas eleições um partido precisa de obter uma maioria de 133 assentos para formar um governo.

A Assembleia Nacional do Paquistão tem, na realidade, 266 lugares, embora apenas 265 representantes tenham sido eleitos, depois do CEP ter decidido suspender a eleição de um círculo eleitoral.

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