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De luto, manifestantes viram-se contra o governo turco. As imagens

Os cidadãos apelaram à demissão do governo e das autoridades locais.

Notícias ao Minuto

09:32 - 07/02/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Turquia

Mais de 10 mil pessoas reuniram-se na manhã de terça-feira para assinalar o aniversário do terramoto que assolou a Turquia e a Síria, a 6 de fevereiro de 2023, tendo muitos expressado o seu descontentamento perante a negligência por parte do governo turco no rescaldo do desastre natural.

Hatay, que se situa entre o mar Mediterrâneo e a fronteira com a Síria, foi a mais atingida das 11 províncias do sul afetadas pelo sismo de magnitude 7.8. Incluindo as seis mil pessoas mortas na vizinha Síria, o sismo provocou mais de 59 mil vítimas, tendo deixado milhares de desalojados.

Naquela região, os cidadãos apelaram à demissão do governo e das autoridades locais.

“Não esqueceremos nem perdoaremos” e “Alguém consegue ouvir-me?” foram alguns dos cânticos entoados enquanto o ministro da Saúde, Fahrettin Koca, discursava. A última frase é uma referência aos pedidos de ajuda das pessoas que aguardaram dias debaixo dos escombros, suportando o argumento da população de que muitos cidadãos morreram não como consequência do desabamento dos edifícios, mas sim por terem ficado expostos ao frio.

Após a vigília, que ficou marcada por confrontos com as autoridades, alguns atiraram flores ao rio Orontes, que percorre a cidade.

“Milhares de pessoas morreram aqui. Onde estão eles [o governo]? Porque é que deixaram Hatay assim? Porque é que se esqueceram de nós?”, questionou Nurul Sabah Aksu, morador da região, em declarações à agência Reuters.

Merve Gursel, que perdeu a tia, a tia do marido e os primos, entoou os seus nomes enquanto atirava cravos à agua.

“Ninguém esteve aqui com eles naquele dia. A dor destas pessoas deve-se a não terem sido resgatadas, a não terem sido ouvidas. Os protestos são o eco da dor interior das pessoas. São o eco do quanto sofreram. Os corações das pessoas estão a sangrar”, lamentou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, optou por se deslocar a uma zona em reconstrução em Kahramanmaras, o epicentro do sismo, após inspecionar os trabalhos de reconstrução da cidade e os realojamentos de milhares de pessoas que permanecem em tendas e contentores pré-fabricados.

"Hoje, estamos a distribuir lotes para 9.289 casas e a entregar as chaves", disse, numa cerimónia posteriormente transmitida pela televisão a nível nacional, tendo acrescentado que o governo prevê a entrega de 200 mil casas nas zonas atingidas pelo sismo até final de 2024.

Previamente, e numa mensagem nas redes sociais, Erdogan disse que as consequências da tragédia "continuam a dilacerar os nossos corações como se fosse o primeiro dia".

"Graças a Deus que o nosso país conseguiu ultrapassar com sucesso esta histórica e dolorosa prova", complementou.

Políticos da oposição também visitaram a região, com Ozgur Ozel, líder do Partido Republicano do Povo (CHP social-democrata e nacionalista), a participar nas evocações em Hatay, antes de se deslocar a Gaziantep e Kahramanmaras.

A maioria das escolas encerrou. Em Malatya, o governador proibiu quaisquer celebrações ou desfiles à margem do programa oficial que se prolongará por três dias, referiu a AP.

Em paralelo, Mads Brinch Hansen, responsável pela delegação na Síria da Federação internacional da Cruz Vermelha disse aos 'media' em Genebra que existem poucas perspetivas de reconstrução pós-sismo num país que permanece assolado pela guerra.

"Não temos os fundos necessários para admitir uma reabilitação e reconstrução em larga escala", disse.

Leia Também: UE recorda "devastadores terramotos" na Turquia e Síria e anuncia apoios

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