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Hamas com "resposta positiva" a proposta de libertação de reféns em Gaza

O grupo islamita anunciou que respondeu com um "espírito positivo" à mais recente proposta de acordo para a libertação dos reféns, mas insistiu num cessar-fogo "abrangente e completo".

Hamas com "resposta positiva" a proposta de libertação de reféns em Gaza
Notícias ao Minuto

18:20 - 06/02/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Israel/Palestina

O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, anunciou, esta terça-feira, que o grupo islamita Hamas respondeu positivamente a um plano de cessar-fogo em Gaza e à libertação de reféns israelitas.

Já numa declaração, o grupo islamita afirmou também que respondeu com um "espírito positivo" à mais recente proposta de acordo para a libertação dos reféns, mas insistiu num cessar-fogo "abrangente e completo".

O grupo adiantou que ainda procura o fim da "agressão contra o povo" palestiniano, mas Israel exclui um cessar-fogo permanente.

Já em conferência de imprensa, em Doha, o também ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar afirmou que recebeu "uma resposta do Hamas sobre o quadro geral do acordo relativo aos reféns".

"A resposta inclui alguns comentários, mas no geral é positiva", após um encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, que não quis dar detalhes "dada a sensibilidade das circunstâncias", disse estar "otimista" com a resposta do Hamas a Israel.

Embora os pormenores do projeto de acordo não tenham sido publicados, informações apontam para a libertação dos 136 reféns mantidos pelo Hamas em cativeiro, alguns deles já mortos, em troca da libertação de mais de 100 prisioneiros palestinianos por refém.

No entanto, o grupo islamita exige como ponto de partida um compromisso israelita de acordo com um cessar-fogo permanente para pôr fim à guerra, algo que Israel não está disposto a aceitar porque o seu objetivo é "desmantelar" o Hamas.

Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a proposta do Hamas sobre o quadro de acordo para a libertação de reféns em Gaza é "um pouco exagerada".

"Houve algum movimento" no sentido de um acordo, manifestou o presidente norte-americano em conferência de imprensa na Casa Branca.

Biden mostrou-se relutante em dar mais detalhes, dizendo que deveria "escolher suas palavras com cuidado", mas explicou que houve uma resposta do Hamas que "é um pouco exagerada", embora as negociações continuem.

Por seu lado, o chefe da diplomacia dos EUA sublinhou que "há muito trabalho pela frente".

"Continuamos a acreditar que um acordo é possível e é, de facto, essencial e vamos continuar a trabalhar incansavelmente para o conseguir", disse, referindo que o acordo visa expandir o anterior, que levou à libertação de uma centena de reféns em novembro.

Também hoje, Blinken afirmou que o líder de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, reafirmou seu "forte interesse" em vínculos com Israel, após o fim do conflito em Gaza e perante um "calendário" para a criação de um Estado palestiniano.

"Em relação à normalização [de relações], o príncipe herdeiro reiterou o forte interesse da Arábia Saudita em prosseguir" neste caminho, disse Blinken à imprensa em Doha, um dia depois de se encontrar com bin Salman em Riad.

"Mas foi muito claro repetindo-me que para isso são necessárias duas coisas: o fim do conflito em Gaza e um calendário claro e credível para a criação de um Estado palestiano", adiantou.

Sublinhe-se que, na semana passada, representantes de Israel, dos Estados Unidos, do Egito e do Catar alcançaram em Paris uma proposta de acordo para uma nova trégua entre Israel e o movimento Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza, que inclui uma troca de reféns por prisioneiros palestinianos.

Esse projeto de acordo foi de imediato transmitido à liderança do Hamas, que esteve até agora a analisá-lo.

A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 123.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 27.500 mortos, 67.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 380 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.

[Notícia atualizada às 19h45]

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