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Patricia foi atacada com ácido em 2009. Agora, é capa de um livro de moda

Patricia Lefranc foi atacada com ácido sulfúrico por um ex-namorado em 2009.

Notícias ao Minuto

23:09 - 22/01/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Bélgica

Patricia Lefranc foi atacada com ácido sulfúrico pelo ex-namorado em 2009, no município belga de Molenbeek-Saint-Jean, na região de Bruxelas. Agora, quase 15 anos depois, é a capa de um livro de moda, que, segundo a agência de notícias Reuters, tem como objetivo "sensibilizar para os efeitos devastadores da violência com ácido".

"Aprendi a ver-me [após o ataque]", contou Lefranc à Reuters, enquanto folheava o livro de moda repleto de fotografias suas captadas pelo fotógrafo britânico Rankin. "Se tivesse visto estas fotos de mim mesma há cinco ou seis anos, estaria em lágrimas".

"Vai parecer duro dizer isto, mas aprendi a viver com esta fealdade. Sou eu", acrescentou a mulher, atualmente com 59 anos. 

Patricia Lefranc é um dos rostos da nova campanha de Rankin e da organização não-governamental Acid Survivors Trust Internacional (ASTi), que tem como objetivo "sensibilizar para os efeitos devastadores da violência com ácido e para a correlação geográfica entre a utilização de corrosivos pela indústria, nomeadamente na moda e nos têxteis, e a frequência dos ataques".

"As áreas afetadas pela violência com ácido em países como o Bangladesh, o Camboja e o Paquistão são as áreas onde existe uma grande base industrial de moda", explicou o diretor-executivo da ASTi, Jah Shah, à Reuters.

"O livro de moda é uma ferramenta de advocacia concebida para aumentar a consciencialização e encorajar a tomar medidas para ajudar a prevenir ataques, introduzindo controlos mais rigorosos em torno de substâncias corrosivas que têm sido usadas com arma por homens contra mulheres", acrescentou, frisando que ocorrem, pelo menos, 10 mil ataques com ácido por ano em todo o mundo.

Lefranc foi atacada por um ex-namorado após ter decidido terminar a relação. Segundo a própria, o homem fez-se passar por um estafeta para a abordar. 

"Fiquei a rastejar, não conseguia andar, e vi que o meu braço estava a derreter como uma aspirina. Pensei para mim mesma: 'Vais morrer aqui'", recordou.

Após o ataque, a mulher, mãe de três filhos, ficou três meses em coma e foi submetida a mais de 100 operações, tendo ficado com o corpo coberto de cicatrizes.

Veja as imagens na galeria acima.

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