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Attal em linha para suceder a Macron em 2027, diz historiador

O novo primeiro-ministro francês é um fiel desde a primeira hora de Emmanuel Macron, mas a sua nomeação surpreendeu devido à sua juventude já que como chefe do Governo está na primeira linha para suceder a Macron em 2027.

 Attal em linha para suceder a Macron em 2027, diz historiador
Notícias ao Minuto

16:11 - 10/01/24 por Lusa

Mundo Historiador

uma surpresa, digamos que ele é muito precoce na sua agenda política. Ele tornou-se rapidamente uma das figuras mais populares destes últimos anos, especialmente tendo em conta a sua idade. Estávamos mais à espera de o ver preparar-se para as presidenciais de 2032. Ao envia-lo a Matignon, Macron faz dele um dos candidatos às eleições de 2027", disse o historiador e presidente do Comité de História Parlamentar, Jean Garrigues, em declarações à Agência Lusa.

Sete anos após a sua eleição como deputado pelo partido criado por Emmanuel Macron, Gabriel Attal torna-se aos 34 anos o primeiro-ministro mais jovem da história da V República francesa. Nestes anos ao lado do Presidente, exerceu funções como secretário de Estado, foi porta-voz do Governo durante dois anos, passou pelas Finanças como ministro-adjunto e recentemente tinha assumido a pasta da Educação.

"Estamos a falar de uma nomeação história. Em 1999 houve um enorme debate em França sobre a união de facto de duas pessoas do mesmo sexo, depois sobre o casamento com manifestações e tudo. Agora, constatamos que a homossexualidade assumida de Gabriel Attal não é um problema para a sociedade, portanto vemos uma evolução das mentalidades em França", indicou.

Na oposição, Gabriel Attal também tem alguma vantagem, já que chegou a ser membro do Partido Socialista e algumas das suas posições intransigentes no Governo de Macron acabam por agradar também à direita.

"A explicação principal para esta nomeação são as eleições europeias. Sabíamos que Elisabeth Borne, que está desacreditada e que dois terços dos franceses queriam fora de Matignon, não tinha as qualidades necessárias para liderar a campanha das europeias". analisou Jean Garrigues.

"Já Attal é dinâmico, tem carisma e é popular. E faz o contra-ponto de Jordan Bardella da União Nacional. São dois meteoros da vida política, que compreenderam muito bem como funciona o jogo. E, assim, Macron opõe a Bardella um jovem brilhante", acrescentou.

Foi na Educação que Gabriel Attal se tornou mais conhecido a nível nacional, estando à frente da proibição do porte da abaya, traje tradicional muçulmano, nas escolas e ainda acudindo aos professores após o ataque terrorista ao liceu de Arras, que vitimou mortalmente um professor.

No entanto, esta nomeação pode ser um 'presente envenenado, já que Gabriel Attal estará na linha da frente das críticas feitas ao Presidente e terá de encabeçar a sua política, levando alguns analistas questionarem se a ideia não será apresentar mais tarde um outro candidato a 2027 que não tenha acumulado decisões polémicas.

"Ele é uma das pessoas mais fiéis a Emmanuel Macron, mas ele não é uma figura muito próxima do Presidente. Sabemos que Julien Denormandie, também considerado para o cargo de primeiro-ministro, é alguém muito próximo do Presidente. Então muitos pensam que a ideia pode ser também 'queimar' Attal, para apresentar outra figura mais para o fim do seu mandato que lhe possa suceder. Ninguém pode saber de certeza as intenções do Presidente", admitiu Jean Garrigues.

Esta é a primeira vez na história da V República que um Presidente termina dois mandatos podendo ter ainda uma longa vida política activa em França e nem François Miterrand nem Jacques Chirac enfrentavam a possibilidade de uma vitória da extrema-direita nas presidenciais, o que deixa Emmanuel Macron numa posição muito diferente e "mais difícil" do que qualquer outro líder francês.

"O Presidente ocupa todo o espaço político, já que ele é o líder da maioria parlamentar devido à coincidência de mandatos entre Presidente e Governo. Isso acontece em detrimento da popularidade do próprio Presidente como chefe do Governo, perde o apoio popular. O que seria útil hoje a Macron, seria dar mais poder a Attal e deixar que ele fique com as culpas políticas, mas claro que é difícil se ele o estiver a preparar realmente para ser seu sucessor", concluiu.

Leia Também: O mais jovem primeiro-ministro (mas já histórico). Quem é Gabriel Attal?

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