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Líder dos sérvios bósnios anuncia condecoração a Orbán durante celebração

O presidente da Republica Srpska (RS) da Bósnia-Herzegovina, Milorad Dodik, anunciou hoje que o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, vai ser condecorado pela sua "amizade" com a RS, uma das entidades autónomas da ex-república jugoslava, juntamente com a Federação.

Líder dos sérvios bósnios anuncia condecoração a Orbán durante celebração
Notícias ao Minuto

19:49 - 09/01/24 por Lusa

Mundo Bósnia-Herzegovina

A "Ordem do Colar", a máxima distinção da entidade sérvia da Bósnia foi concedida a Orbán por ocasião do 09 de janeiro, festejada pelos sérvios bósnios como "Dia Nacional", apesar de anulado e considerado inconstitucional pelo Tribunal constitucional bósnio.

"A minha gente e eu temos acompanhado a sua contribuição à Republika Srpska. Temos um amigo como nunca tivemos", disse Dodik em Banja Luka, ao anunciar a atribuição do galardão ao primeiro-ministro nacionalista húngaro, segundo o portal bósnio Nezavisne.

A condecoração será entregue a Orbán em fevereiro em Banja Luka, precisou Dodik, conhecido pela sua retórica secessionista e por pretender desvincular-se das instituições centrais da Bósnia-Herzegovina.

Segundo os 'media' bósnios, a Hungria vai financiar vários projetos na RS, e promete vetar na União Europeia (UE) qualquer tentativa de impor sanções da Dodik, como foi decidido por Estados Unidos e Reino Unido devido aos seus impulsos secessionistas e alegados atos de corrupção.

A RS da Bósnia-Herzegovina foi anunciada em 09 de janeiro de 1992, num momento em que os dirigentes bosníacos (muçulmanos) e croatas locais se preparavam para a proclamação da independência face à Jugoslávia.

Pouco após o referendo sobre a independência entre 29 de fevereiro e 01 de março, boicotado pela população sérvia local, tinha início uma violenta guerra civil interétnica (1992-1995) com um balanço de 100.000 mortos e 2,1 milhões de refugiados e deslocados.

Para os sérvios bósnios, a negação do seu "Dia da Independência" constitui um ato político que compromete a legitimidade da sua entidade.

As celebrações deste ano, que incluem diversas iniciativas, terminam com um desfile de 3.000 polícias, funcionários e outros cidadãos pelas ruas de Banja Luka, a sede administrativa da entidade.

Em paralelo, os Estados Unidos consideraram hoje que as celebrações em curso na RS violam a Constituição bósnia e o Acordo de paz de Dayton, firmado em 1995 por iniciativa de Washington e que pôs termo ao conflito na Bósnia-Herzegovina, podendo ser comparáveis a uma "ofensa criminal".

Em comunicado, a embaixada dos EUA em Sarajevo exortou as autoridades bósnias a "investigarem quaisquer violações da lei" relacionadas com o 09 de janeiro.

"A questão não reside na celebração do feriado, mas antes na decisão de promovê-lo em 09 de janeiro", acrescenta o texto.

Na segunda-feira, dois caças F-16 norte-americanos sobrevoaram o país balcânico, em particular o território da RS, para advertir que Washington poderá intervir militarmente caso se concretizem os anseios secessionistas da liderança dos sérvios bósnios.

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