A primeira-ministra de França, Élisabeth Borne, apresentou, esta segunda-feira, a demissão, e o presidente, Emmanuel Macron, já a aceitou.
Borne e Macron estiveram reunidos cerca de uma hora depois no Palácio Eliseu, em Paris.
"Primeira-ministra, o seu trabalho foi exemplar todos os dias. Trabalhou no nosso projeto com coragem, empenho e determinação. Obrigada, do fundo do coração", escreveu o presidente numa publicação partilhada no Twitter.
Madame la Première ministre, chère @Elisabeth_Borne, votre travail au service de notre Nation a été chaque jour exemplaire. Vous avez mis en œuvre notre projet avec le courage, l’engagement et la détermination des femmes d’État. De tout cœur, merci. pic.twitter.com/G26ifKfKzj
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 8, 2024
A publicação francesa Le Parisien aponta que os rumores de uma remodelação no governo tornaram-se cada vez mais persistentes na última semana. Outros ministros também deverão abandonar os cargos como, por exemplo, a ministra da Cultura, Rima Abdul Malak, à luz do Caso Depardieu, que tem vidno a ser acusado de violação por várias mulheres.
Há três semanas, numa altura em que 14 mulheres acusavam o ator, Macron defendeu Depardieu, referindo que o que se passava era uma "caça ao homem". Durante entrevista ao canal France 5, citada pelo Politico, Macron disse ser "um grande admirador" do ator, acrescentando que Depardieu "ajudou a introduzir os grandes autores franceses ao mundo". E acrescentou: "Ele deixa a França orgulhosa".
As declarações de Macron surgiram depois de Rima Abdul Malak, ter dito à AFP que iria iniciar um processo para retirar a insígnia da Legião de Honra a Depardieu, distinção entregue em 1996 pelo Estado francês.
Nos 20 meses que passou na chefia do executivo francês, Borne levou a cabo a impopular revisão da lei das pensões (que aumentou a idade de aposentação) e a muito polémica lei da imigração.
O jovem ministro da Educação, Gabriel Attal, é apontado como o favorito a suceder-lhe.
[Notícia atualizada às 17h44]
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