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Milhares exigem em Paris justiça para 3 ativistas curdas mortas em 2013

Milhares de pessoas participaram hoje numa marcha de protesto em Paris a exigir o levantamento do segredo de justiça na investigação sobre o assassínio de três ativistas curdas em 2013, na capital francesa.

Milhares exigem em Paris justiça para 3 ativistas curdas mortas em 2013
Notícias ao Minuto

17:34 - 06/01/24 por Lusa

Mundo Paris

De acordo com a agência de notícias francesa France-Presse (AFP), vários milhares de pessoas marcharam hoje em Paris, com bandeiras do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e faixas roxas com a imagem das vítimas.

A marcha entoou palavras de ordem como "justiça e verdade" e "onze anos depois não há justiça".

Segundo a AFP, se no início da marcha havia apenas algumas centenas, o número rapidamente subiu para os vários milhares.

A organização referiu que estiveram mais de dez mil pessoas na ação, contando com pessoas que se deslocaram da Bélgica, Alemanha, Suíça e Holanda. Já a polícia francesa contabilizou um total de 7.200 participantes.

"França precisa de devolver a justiça aos curdos porque isto não é normal: o assassino é conhecido, os seus patrocinadores são conhecidos", afirmou Berivan Firat, porta-voz do Conselho Democrático Curdo em França, uma estrutura que agrega cerca de 20 associações e movimentos curdos naquele país.

Na noite de 09 para 10 de janeiro de 2013, três ativistas curdas (Sakine Cansiz, Fidan Dogan e Leila Saylemez) foram mortas com vários tiros na cabeça, no Centro de Informação Curdo, em Paris.

Dez anos depois dos homicídios, a investigação ainda tenta identificar possíveis cúmplices do alegado atirador, que morreu na prisão.

A investigação desenvolvida pela justiça francesa, que tinha apontado para o envolvimento dos serviços secretos turcos mas sem indicar nomes de possíveis cúmplices no ataque, voltou a reabrir o caso em 2019.

Os serviços secretos turcos já negaram qualquer envolvimento naquele ataque.

Para que o processo judicial possa avançar, o Conselho Democrático Curdo tem vindo a pedir o levantamento do segredo de justiça, que bloqueia a partilha de elementos que possam estar em posse dos serviços secretos franceses, referiu aquela instituição curda.

A memória das três ativistas foi reavivada em 2023, após a morte de três curdos (dois homens e uma mulher) num centro cultural em Paris, em dezembro de 2023, por um cidadão francês, naquilo que terá sido apontado como um crime de ódio.

Na altura, a comunidade curda recusou a ideia de que se tratava de um ataque isolado, movido pelo ódio a imigrantes, e denunciou-o como um ato "terrorista", culpando o Governo turco, que considera o PKK uma organização terrorista.

As Forças Armadas turcas, a segunda maior força militar da NATO, efetua com regularidade operações militares terrestres e aéreas contra o PKK e as suas posições no norte do Iraque, no Curdistão autónomo, ou na região montanhosa de Sinjar.

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