O jornalista de investigação John Pilger morreu no sábado, aos 84 anos, anunciou, este domingo, a família.
"É com grande tristeza que a família de John Pilger anuncia que este morreu ontem, a 30 de dezembro de 2023, em Londres, aos 84 anos", lê-se numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).
"O seu jornalismo e documentários foram aclamados em todo o mundo, mas para a sua família ele era simplesmente o pai, avô e companheiro mais maravilhoso", rematou a família.
O jornalista vivia no Reino Unido desde 1962 e era muito crítico das políticas externas dos Estados Unidos, Austrália (onde nasceu) e do próprio país onde estava.
Além de criticar estas políticas, que dizia serem muitas vezes impulsionadas por propósitos imperialistas e colonistas, também apontou o dedo à Austrália no que diz respeito ao tratamento dos povos indígenas.
Começou a ser conhecido pelo seu trabalho no âmbito do genocídio cambojano, na década de 1970, mas também fez a cobertura de conflitos no Vietname Bangladesh e Biafra (que foi um secessionista no sudeste da Nigéria)
It is with great sadness the family of John Pilger announce he died yesterday 30 December 2023 in London aged 84. His journalism and documentaries were celebrated around the world, but to his family he was simply the most amazing and loved Dad, Grandad and partner. Rest In Peace. pic.twitter.com/j90QTAPgzC
— John Pilger (@johnpilger) December 31, 2023
Além do jornalismo, Pilger ficou-se também na escrita e produção de documentários, começando com 'The Quiet Mutiny', que fez durante a sua visita ao Vietname. Ao longo da sua vida, participou em mais de 50 documentários, como 'Death of a Nation: The Timor Conspiracy' ou 'Year Zero: The Silent Death of Cambodia'.
No Reino Unido, trabalhou para publicações como Daily Mirror e o New Statesman e, em 1967 ganhou o prémio de Melhor Jornalista do Ano no Reino Unido - galardão que voltou a ter em 1979. Por causa dos documentários arrecadou ainda prémios BAFTA.
Pilger era um grande 'aliado' de Julian Assange, responsável da WikiLeaks, tendo passado grande parte da última década a defender a liberdade.
"Julian e David são Spartacus", escreveu num artigo o mês passado, referindo-se não só ao fundador da WikiLeaks como ao denunciante australiano David McBride.
Na conta oficial da WikiLeaks, já houve várias partilhas sobre Pilger, após a notícia da sua morte. "O jornalista veterano, escritor e cineasta foi um feroz orador da verdade ao poder, que nos últimos anos defendeu incansavelmente a libertação e a reivindicação de Julian Assange. O osso mundo está mais pobre com sua morte", lê-se.
We extend out deepest condolences to the family of John Pilger who has sadly passed away aged 84 - may he Rest in Power
— WikiLeaks (@wikileaks) December 31, 2023
The veteran journalist, writer and filmmaker was a ferocious speaker of truth to power, whom in later years tirelessly advocated for the release and… pic.twitter.com/ftSRfyXft7
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