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Governo do Kuwait demite-se após críticas do novo emir do país

O Governo do Kuwait apresentou hoje a sua demissão ao novo emir do país, Mishal al-Ahmed al-Sabah, que criticou o comportamento da classe política neste equeno país do Golfo Pérsico.

Governo do Kuwait demite-se após críticas do novo emir do país
Notícias ao Minuto

12:06 - 20/12/23 por Lusa

Mundo Kuwait

O primeiro-ministro do Kuwait, Ahmed Nawaf al-Sabah - filho do xeque Nawaf al-Sabah - "foi recebido pelo emir (...), a quem apresentou a demissão do seu Governo", publicou a agência de notícias oficial do Kuwait (KUNA).

Os motivos desta renúncia não foram clarificados, uma vez que a Constituição do Kuwait só exige a renúncia do Executivo após eleições legislativas e a constituição de um novo Parlamento.

O novo emir do Kuwait prestou hoje juramento perante o Parlamento.

Mishal al-Ahmed al-Sabah, 83 anos, que foi nomeado emir após a morte no sábado do seu meio-irmão, o xeque Nawaf al-Sabah, comprometeu-se também a "combater a corrupção" e o nepotismo e a lutar pela "unidade e pelos interesses do Kuwait e dos kuwaitianos".

O novo emir, que era príncipe herdeiro e governante "de facto" devido à doença do xeque Nawaf, disse também que, durante o seu mandato, o Kuwait vai "respeitar os compromissos e a política em relação aos países irmãos e amigos, a nível internacional e na região".

"Estaremos próximos de todos (...) sublinhamos a importância de uma vigilância e de um controlo contínuos, de forma responsável e no quadro da lei e da Constituição", afirmou Mishal al-Ahmed al-Sabah.

Por outro lado, declarou que durante o governo do meio-irmão, que durou três anos, nem sempre houve consenso.

"Obedecemos-lhe e não discordámos das decisões que tomou, embora não estivéssemos de acordo com todas elas", disse Mishal al-Ahmed al-Sabah, referindo-se ao meio-irmão.

Sem especificar pormenores sobre as decisões, o novo emir criticou o silêncio dos membros dos "poderes legislativo e executivo sobre alguns 'dossiers'", nomeadamente "transferências e nomeações", "perdões" e "restrição de nacionalidade".

Este "silêncio", acrescentou, "prejudica os interesses do país" e "parece ser uma solução de compromisso (entre os poderes Legislativo e Executivo em detrimento da pátria)", o que classificou como comportamento absurdo.

"Mais tarde, trataremos de alguns destes assuntos", disse o novo emir, sublinhando a "necessidade de rever as políticas, nomeadamente nos aspetos económicos, sociais e de segurança".

O Kuwait, o único país árabe do Golfo Pérsico com um parlamento eleito por sufrágio universal e que exerce controlo sobre o governo, é palco de tensões constantes entre o parlamento e o executivo.

Durante o governo do xeque Nawaf, o país formou sete governos devido a este confronto, caracterizado por acusações mútuas de corrupção e nepotismo.

O Kuwait, com 4,25 milhões de habitantes, é um aliado estratégico dos Estados Unidos e um membro importante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), bem como da aliança política e económica do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que inclui também a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, o Bahrein e sultanado de Omã.

Leia Também: Novo emir do Kuwait promete reformas e critica classe política

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