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UE admite "preocupação" perante irregularidades nas eleições na Sérvia

A Comissão Europeia advertiu hoje que há preocupações sobre a maneira como se realizaram as eleições legislativas na Sérvia, no último domingo, e disse esperar um relatório dos observadores internacionais que constataram irregularidades no escrutínio.

UE admite "preocupação" perante irregularidades nas eleições na Sérvia
Notícias ao Minuto

15:32 - 19/12/23 por Lusa

Mundo Sérvia

Em comunicado conjunto, o Alto-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, e o comissário para a Política de Vizinhança e o Alargamento, Oliver Varhelyi, disseram que "anotaram as conclusões dos observadores internacionais" da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

"Em linha com essas conclusões preliminares, concluímos que há uma preocupação com o processo eleitoral que precisa melhorias tangíveis e reformas adicionais, em linha com o funcionamento das instituições democráticas da Sérvia e como central ao processo da adesão à UE", indicaram os representantes, na mesma nota informativa.

Borrell e Varhelyi acrescentaram que Bruxelas vai aguardar pelas conclusões finais e pelas recomendações que a OSCE vai fazer para eleições futuras, "que têm de ser implementadas assim que possível e antes das próximas eleições".

A UE quer que daqui para a frente o processo seja "transparente" e acompanhado pelas autoridades nacionais, incluindo "as alegações relacionadas com as eleições locais em Belgrado e em outras autarquias".

Ações como "compra de votos", "uso indevido de recursos públicos" e interferências nas urnas foram registadas nas eleições legislativas antecipadas de domingo na Sérvia, relataram, na segunda-feira, os observadores internacionais que monitorizaram o escrutínio.

Em termos gerais, a missão internacional de observação -- que juntou elementos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e do Parlamento Europeu -- afirmou que a votação correu bem e o quadro jurídico foi "o adequado para a realização de eleições democráticas", mas advertiu que constatou situações de "uso indevido de recursos públicos, falta de separação entre as funções oficiais e as atividades de campanha, e a intimidação e pressão sobre os eleitores, incluindo casos de compra de votos".

"Apesar das eleições terem sido tecnicamente bem organizadas, desenrolaram-se no âmbito de um cenário social e politicamente dividido", afirmou, na segunda-feira, Reinhold Lopatka, coordenador especial e líder da missão de observação de curto prazo da OSCE.

O partido do Presidente Aleksandar Vucic (SNS) é dado como o vencedor das eleições legislativas na Sérvia, com 46,7% dos votos, de acordo com os resultados preliminares divulgados pela comissão eleitoral local.

A oposição unida sob o lema "Sérvia contra a violência" (SPN) obteve 23,58% dos votos, de acordo com os mesmos resultados, que só serão definitivos dentro de alguns dias, uma vez expirado o prazo de recurso.

As irregularidades constatadas pelos observadores internacionais foram descritas como inaceitáveis pela Alemanha.

Também a oposição denunciou fraude na capital Belgrado -- no domingo decorreram igualmente eleições em cerca de 60 municípios - e vários milhares de manifestantes reuniram-se na segunda-feira à noite em frente à comissão eleitoral (RIK) para exigir o cancelamento da votação municipal.

A Sérvia apresentou em 22 de dezembro de 2009 o pedido de adesão à UE. O estatuto de candidato foi concedido três anos depois e as negociações começaram em janeiro de 2014, mas até hoje Belgrado só cumprir 22 dos 35 capítulos de negociações acordados com Bruxelas.

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