Míssil dos Hutis atinge e incendeia cargueiro liberiano no Mar Vermelho

Um cargueiro de bandeira liberiana incendiou-se hoje no Mar Vermelho, após ser sido atingido por um míssil lançado a partir do Iémen controlado pelos rebeldes, disse fonte militar norte-americana.

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© Mati Milstein/NurPhoto via Getty Images

Lusa
15/12/2023 08:55 ‧ 15/12/2023 por Lusa

Mundo

Mar Vermelho

O ataque ao 'al-Jasrah', segundo a fonte, que solicitou anonimato, agrava ainda mais a campanha dos rebeldes Hutis apoiados pelo Irão no Iémen, que têm reivindicado nas últimas semanas a responsabilidade por vários ataques com mísseis, que, por pouco, não atingiram outros navios no Mar Vermelho e no estratégico Estreito de Bab el-Mandeb.

Até agora, os Hutis não reivindicaram a responsabilidade pelo ataque.

O 'al-Jasrah' é operado pelo armador alemão Hapag Lloyd, que se escusou a comentar o incidente, desconhecendo-se, também, se algum membro da tripulação a bordo do navio ficou ferido no ataque.

O incidente de hoje é o mais recente dos ataques marítimos atribuídos aos Hutis no âmbito da sua campanha de pressão sobre a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Quinta-feira, um míssil disparado pelos Hutis falhou um porta-contentores que viajava pelo estreito de Bab el-Mandeb, caindo na água perto do 'Maersk Gibraltar', um navio porta-contentores com bandeira de Hong Kong que viajava de Salalah, Omã, para Jidá, na Arábia Saudita.

Um dia antes, na quarta-feira, dois mísseis disparados a partir de território controlado pelos Hutis atingiram um navio-tanque comercial de fabrico indiano carregado com combustível perto do importante estreito de Bab el-Mandeb. 

Também no mar Vermelho, um míssil disparado pelos rebeldes Hutis na segunda-feira à noite embateu num navio-tanque de bandeira norueguesa.

Os Hutis ameaçaram atacar qualquer embarcação que acreditem estar a ir ou a vir de Israel, embora vários navios visados não tivessem qualquer ligação aparente.

O transporte marítimo mundial tem sido cada vez mais visado, uma vez que a guerra entre Israel e o Hamas ameaça tornar-se um conflito regional mais vasto, mesmo durante uma breve pausa nos combates, durante a qual o Hamas trocou reféns por prisioneiros palestinianos detidos por Israel. 

O colapso das tréguas e o recomeço de uma ofensiva terrestre e de ataques aéreos israelitas em Gaza aumentaram o risco de mais ataques marítimos.

O estreito de Bab el-Mandeb tem apenas 29 quilómetros de largura no seu ponto mais estreito, o que limita o tráfego a dois canais para os carregamentos de entrada e saída, de acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos EUA.

Cerca de 10% de todo o petróleo comercializado no mar passa pelo estreito e estima-se que 1.000 biliões de dólares (910 biliões de euros) em mercadorias passam anualmente pelo estreito.

Em novembro, os Hutis apoderaram-se de um navio de transporte de veículos ligado a Israel no Mar Vermelho, ao largo do Iémen. Os rebeldes ainda retêm o navio perto da cidade portuária de Hodeida. 

Por outro lado, um navio porta-contentores propriedade de um bilionário israelita foi atacado por um suposto 'drone' iraniano no Oceano Índico.

Apesar da longa guerra no Iémen, há meses que se mantém uma tentativa de cessar-fogo entre os Hutis e uma coligação liderada pela Arábia Saudita, que luta em nome do governo exilado do Iémen. 

Este facto suscita preocupações de que um conflito mais alargado no mar - ou um potencial ataque de represália das forças ocidentais -- possa reacender as tensões na nação mais pobre do mundo árabe.

Leia Também: Hutis reivindicam ataque a porta-contentores em Bab el-Mandeb

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