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Aborto é uma questão de "controlo e política" nos EUA

A finalista do Prémio Sakharov Colleen McNicholas defendeu hoje que o aborto continua a ser uma questão de controlo e política, que é legislada por homens nos Estados Unidos (EUA).

Aborto é uma questão de "controlo e política" nos EUA
Notícias ao Minuto

17:27 - 12/12/23 por Lusa

Mundo Prémio Sakharov

"Costumo dizer que a gravidez, apesar do facto de as pessoas não acreditarem nisso, não é neutra em termos de saúde, porque exige que a mulher assuma riscos, no contexto de uma condição de saúde que, por defeito, nos faz assumir riscos e potencialmente a morte", disse a médica norte-americana, em Estrasburgo, França, onde assistiu à entrega do galardão entregue pelo Parlamento Europeu.

A ativista considera ser "incompreensível que o aborto tenha estado, durante tanto tempo, na lente política, em oposição a uma linha de cuidados de saúde" e que a questão da criminalização ou da eliminação do acesso ao aborto nunca foi, de facto, uma questão sobre este tema.

"Sempre teve a ver com controlo. Enquanto as entidades reguladoras, os legisladores, os funcionários eleitos puderem controlar quando as mulheres engravidam ou expandem as suas famílias, terão sempre controlo sobre as mulheres", sublinhou, em entrevista.

McNicholas defendeu que a anulação da decisão "Roe v. Wade", que protegia constitucionalmente a interrupção da gravidez nos EUA antes de um feto ser viável fora do útero, em junho de 2022, "levou a América da proteção federal para um sistema baseado no estado", acrescentando que "isso foi intencionalmente concebido pelo movimento anti-aborto".

"Simultaneamente estavam a construir os sistemas para eleger o seu próprio pessoal e para mudar os tribunais de modo a terem os juízes mais conservadores nos tribunais", afirmou à Lusa.

A obstetra-ginecologista que viu reconhecido o seu trabalho de promoção de acesso ao aborto defendeu que "o aborto é um serviço de saúde" e que "toda a gente merece cuidados de saúde durante a gravidez, independentemente do local onde vive, e esses cuidados devem ser administrados pelo governo federal".

Colleen McNicholas foi uma das finalistas do Prémio Sakharov, juntamente com Justyna Wydrzynska, da Polónia, e Morena Herrera, de El Salvador, mulheres que lutam por um aborto livre, seguro e legal, pelo seu longo histórico de atendimento de alta qualidade a pacientes e uma defesa da saúde reprodutiva.

A estas finalistas juntaram-se Vilma Núñez de Escorcia e o bispo Rolando José Álvarez Lagos da Nicarágua. A ativista iraniana Jina Mahsa Amini, morta no ano passado sob custódia policial, e o movimento "Mulher, Vida, Liberdade" do Irão, foram os vencedores do Prémio Sakharov 2023, hoje entregue no Parlamento Europeu.

MAZC/PL/JH // JH

Lusa/Fim

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