Alexei Navalny está desaparecido há vários dias após ter sofrido um "grave problema de saúde", na semana passada, na prisão de alta segurança onde se encontra detido, na Sibéria. A denúncia foi feita pelos seus aliados, que consideram que o principal opositor do regime do presidente da Rússia, Vladimir Putin, "está em grande risco" de vida.
"Navalny está desaparecido há três dias. Foi recusada a entrada aos seus advogados e foi-lhes pedido que esperassem. Não compareceu nas audiências agendadas para o tribunal", começou por referir, na sexta-feira, Maria Pevchickh, responsável de investigação da Fundação Anticorrupção de Navalny, na rede social X (antigo Twitter).
"Soubemos que, na semana passada, sofreu um grave problema de saúde. A vida de Navalny está em grande risco. Neste momento, encontra-se em isolamento total", alertou.
Navalny is missing for 3 days now. His lawyers are refused entry and asked to wait. He didn't show up at the scheduled court hearings. We have learned that last week he had a serious health-related incident. Navalny's life is at great risk. He is in complete isolation right now. https://t.co/VApbpWg6wM
— Maria Pevchikh (@pevchikh) December 8, 2023
A saúde de Navalny tem suscitado preocupações desde que foi detido. Em abril, o opositor russo perdeu mais de oito quilogramas em apenas 15 dias e, de acordo com os seus advogados, o seu estado deteriorava-se de dia para dia, suspeitando-se de uma tentativa de envenenamento.
Uma ambulância chegou a ser chamada à colónia penal russa devido a agudas dores de estômago, mas Navalny não teve qualquer diagnóstico.
Sublinhe-se que o opositor russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 47 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
Inicialmente, recebeu uma sentença de dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, mas, no ano passado, foi condenado a nove anos de prisão por "fraude" e "desrespeito do tribunal". Em agosto, somaram-se mais 19 pelo crime de extremismo.
Leia Também: Rússia apresenta novas acusações contra Alexei Navalny