O ex-presidente (2008-2019) foi acusado de enriquecimento ilícito, abuso de poder, tráfico de influências e branqueamento de capitais.
Segundo o veredicto emitido na segunda-feira, Abdel Aziz foi condenado a cinco anos de prisão, enquanto que os seus antigos colaboradores, uma dezena de antigos altos funcionários, incluindo dois ex-primeiros-ministros e dois ex-ministros, foram absolvidos.
O Ministério Público tinha requerido anteriormente 20 anos de prisão para o antigo presidente e 10 anos para os seus colaboradores.
A defesa de Abdel Aziz, que considera o processo uma perseguição política, manifestou a sua intenção de recorrer da sentença.
Aziz, 66 anos, cujo processo começou em janeiro de 2023, tornou-se um dos raros antigos chefes de Estado em África a ser condenado por enriquecimento ilícito enquanto esteve no poder, tornando-se no primeiro processo do género na história da Mauritânia.
Aziz, detido desde 24 de janeiro, após ter passado vários meses em prisão preventiva em 2021, continua a queda em desgraça sob a presidência do sucessor, Mohamed Ould Ghazouani, um dos seus mais fiéis companheiros.
Ghazouani participou no golpe de Estado que levou Aziz ao poder em 2008, e foi chefe do Estado-Maior e ministro da Defesa durante a sua presidência.
Aziz liderou a Mauritânia até 2019, um país de charneira entre o Magrebe e a África subsaariana que foi abalado por golpes de Estado e atividades terroristas, mas que regressou à estabilidade sob a sua liderança.
O ex-presidente preparou a ascensão de Ghazouani à presidência e entregou-lhe o cargo após as eleições de 2019, na primeira transição não imposta pela força para um país propenso a golpes de Estado desde a independência da França, em 1960.
Na altura da acusação, em março de 2021, os investigadores avaliaram o património e o capital de Aziz em 67 milhões de euros.
A fortuna de Aziz, filho de um comerciante, foi acumulada durante os mais de dez anos em que esteve à frente do vasto e pobre país de 4,5 milhões de habitantes.
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