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ONU quer "investigação imparcial" ao ataque que matou 85 civis na Nigéria

As Nações Unidas apelaram hoje a uma "investigação exaustiva e imparcial" ao ataque com drone efetuado pelo exército nigeriano no domingo, que, alegadamente por engano, matou, pelo menos, 85 aldeões que celebravam uma festa muçulmana.

ONU quer "investigação imparcial" ao ataque que matou 85 civis na Nigéria

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Lusa
06/12/2023 16:14 ‧ há 1 ano por Lusa

Mundo

Drone

Genebra, 06 dez 2023 (Lusa) -- As Nações Unidas apelaram hoje a uma "investigação exaustiva e imparcial" ao ataque com drone efetuado pelo exército nigeriano no domingo, que, alegadamente por engano, matou, pelo menos, 85 aldeões que celebravam uma festa muçulmana.

O gabinete do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos deplorou hoje o ataque aéreo no Estado de Kaduna, no norte da Nigéria no domingo, "que terá causado a morte de pelo menos 80 civis e mais de 60 feridos - o último de, pelo menos, quatro ataques aéreos que resultaram em mortes significativas de civis desde 2017".

As autoridades nigerianas indicaram na terça-feira que o número de mortos ascendeu a 85 e o de feridos a 66, mas o escritório da Amnistia Internacional na Nigéria afirmou que 120 pessoas foram mortas no ataque, citando relatos dos seus trabalhadores e voluntários na área.

"Embora tenhamos registado que as autoridades classificaram as mortes de civis como acidentais, exortamo-las a tomar todas as medidas possíveis no futuro para garantir que os civis e as infraestruturas civis sejam protegidos em conformidade com as obrigações de direito internacional da Nigéria", segundo uma declaração do porta-voz da agência das Nações Unidas, Seif Magango.

O gabinete exortou ainda as autoridades nigerianas a "rever as regras de empenhamento e os procedimentos operacionais normalizados para garantir que tais incidentes não se repitam".

"Estamos particularmente alarmados com os relatos de que o ataque se baseou no "padrão de atividades" dos que se encontravam no local, que foi analisado e interpretado de forma errada", afirma-se na declaração, sublinhando-se as "sérias preocupações" das Nações Unidas com a conformidade deste tipo de ataques com a lei internacional.

Em janeiro deste ano, recorda o gabinete, pelo menos 39 civis foram mortos num ataque aéreo à aldeia de Rukubi, no estado de Nasarawa, no centro do país, e pelo menos 64 civis foram mortos quando a força aérea atacou uma aldeia no estado de Zamfara, no noroeste do país, em dezembro de 2022.

Em setembro de 2021, ainda segundo a declaração divulgada hoje, pelo menos nove pessoas morreram na sequência de um ataque aéreo à aldeia de Buwari, no estado de Yobe, três das quais crianças; e em janeiro de 2017, um jato da força aérea bombardeou a aldeia de Rann, no estado de Borno, fazendo 115 mortos e mais de 100 feridos.

As forças armadas nigerianas recorrem frequentemente a ataques aéreos na sua luta contra as milícias que operam no noroeste e nordeste do país, onde grupos de bandidos e de extremistas islâmicos combatem o Estado nigeriano há mais de uma década.

Este conflito causou já a morte de mais de 40.000 pessoas e dois milhões de deslocados desde 2009.

Na sequência deste último ataque particularmente mortífero, o exército nigeriano afirmou que a operação aérea visava "terroristas" acampados no estado nigeriano de Kaduna, mas as forças armadas atacaram "acidentalmente" a cidade de Tudun Biri, segundo um comunicado do gabinete regional da Agência Nacional de Gestão de Emergências.

Leia Também: Pelo menos 85 civis mortos por engano em ataque de militares nigerianos

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