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Sudão. Exército e paramilitares acusam-se de destruírem única refinaria

O exército e os paramilitares sudaneses, em conflito desde abril, acusaram-se hoje mutuamente de atacar e "destruir completamente" a única refinaria do país, situada em Cartum e controlada pelo grupo Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

Sudão. Exército e paramilitares acusam-se de destruírem única refinaria
Notícias ao Minuto

14:12 - 06/12/23 por Lusa

Mundo Sudão

"Aviões do exército bombardearam esta manhã, pela quarta vez, a refinaria de Al Jili, provocando a sua destruição total", refere um comunicado das RSF, que controlam grande parte de Cartum, a capital do país.

Por seu lado, o exército sudanês acusou os paramilitares de "incendiarem as instalações da refinaria" e de "destruírem as suas unidades de controlo".

"As Forças Armadas sudanesas responsabilizam a milícia terrorista RSF e os seus mercenários (...) por todas as consequências deste grave crime e pelos danos causados às suas instalações e aos residentes da zona circundante", refere-se num comunicado.

A refinaria de Al Jili foi desde cedo um alvo do controlo das RSF, além de outras regiões e distritos de Cartum, bem como grande parte do oeste do país, desde a eclosão da guerra contra o exército sudanês em 15 de abril.

Os "aviões do exército bombardearam dois camiões-cisterna da FAR que estavam a sair do local", confirmaram fontes da administração da refinaria não identificadas em declarações à agência espanhola EFE.

Os paramilitares "responderam com bombardeamentos de artilharia (...), um projétil caiu sobre o centro de distribuição e outro sobre a sala de controlo, provocando um incêndio que a defesa civil conseguiu conter", acrescentaram.

A refinaria de Cartum, que tem capacidade para produzir 100.000 barris de petróleo bruto por dia, foi alvo de vários ataques nos últimos meses, que levaram a que a maior parte das suas unidades deixasse de funcionar em setembro.

O Sudão mergulhou no caos em 15 de abril deste ano, quando se transformaram em guerra aberta as tensões há muito latentes entre os militares, liderados pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, ex-número 2 no Conselho Soberano - a junta militar que tomou o poder no país no golpe que depôs o antigo ditador Omal al-Bashir em abril de 2019.

A guerra no Sudão causou até agora mais de 9.000 mortos e mais de 6,3 milhões de deslocados internos e refugiados, o que faz do Sudão o país com mais deslocados no mundo, segundo as Nações Unidas.

Os combates reduziram a capital do Sudão, Cartum, a um campo de batalha urbano, sem que nenhuma das partes tenha conseguido obter o controlo da cidade.

Tanto as forças armadas sudanesas como as RSF foram acusadas pela Amnistia Internacional de crimes de guerra em larga escala, incluindo assassínios deliberados de civis e violações e outras agressões sexuais.

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