MNE chinês apela ao "diálogo" em encontro com embaixadores europeus

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, apelou hoje aos embaixadores dos países da União Europeia para darem prioridade ao "diálogo", em vez da "confrontação", durante uma reunião em Pequim, nas vésperas da Cimeira China - UE.

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© David Dee Delgado/Getty Images

Lusa
05/12/2023 08:03 ‧ 05/12/2023 por Lusa

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China

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou a importância da cooperação entre a China e UE e apelou às duas partes para que "escolham o diálogo e a cooperação para evitar o confronto entre blocos, uma nova Guerra Fria e obstáculos para o desenvolvimento e prosperidade globais".

"Se a China e a Europa escolherem o diálogo e a cooperação não surgirá a confrontação entre blocos; se escolherem a paz e a estabilidade, não acontecerá uma nova Guerra Fria; se escolherem a abertura e a cooperação vantajosa para ambas as partes, haverá esperança para o desenvolvimento e a prosperidade globais", afirmou Wang, citado pelo jornal oficial Global Times.

Wang Yi sublinhou a importância de as duas partes se respeitarem mutuamente, manterem a calma e o pragmatismo e pensarem de forma estratégica.

O mesmo responsável reafirmou ainda a posição da China de que a Europa é um ator-chave para a construção de um mundo multipolar e que apoia a integração estratégica e a autonomia da Europa.

A 24.ª Cimeira China - UE, que se realiza a 07 de dezembro, é a primeira presencial, após a pandemia da covid-19.

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai reunir com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A cimeira visa aumentar a confiança mútua, enfrentar desafios globais como a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e a segurança alimentar, e reforçar a cooperação mutuamente benéfica em áreas como a economia, comércio, ambiente e saúde, disse na segunda-feira a delegação da UE na China.

A reunião coincide com o 20.º aniversário da parceria estratégica global entre os dois blocos e o 25.º aniversário do mecanismo da cimeira China - UE.

Desde que a China abriu as fronteiras no início do ano seguiu-se uma série de visitas europeias de alto nível ao país, incluindo de Ursula von der Leyen, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis, ou da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson.

As autoridades chinesas, que se opõem à decisão de Bruxelas de classificar a China como "concorrente e rival sistémico", devem abordar o tratamento "discriminatório" em relação às suas empresas na Europa, especialmente após o lançamento de uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos elétricos pelo país asiático.

As sanções contra a Rússia e uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia devem ser os principais temas abordados pelas autoridades europeias.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.

Leia Também: Human Rights Watch insta UE a posições "firmes" na cimeira com Pequim

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