O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou a importância da cooperação entre a China e UE e apelou às duas partes para que "escolham o diálogo e a cooperação para evitar o confronto entre blocos, uma nova Guerra Fria e obstáculos para o desenvolvimento e prosperidade globais".
"Se a China e a Europa escolherem o diálogo e a cooperação não surgirá a confrontação entre blocos; se escolherem a paz e a estabilidade, não acontecerá uma nova Guerra Fria; se escolherem a abertura e a cooperação vantajosa para ambas as partes, haverá esperança para o desenvolvimento e a prosperidade globais", afirmou Wang, citado pelo jornal oficial Global Times.
Wang Yi sublinhou a importância de as duas partes se respeitarem mutuamente, manterem a calma e o pragmatismo e pensarem de forma estratégica.
O mesmo responsável reafirmou ainda a posição da China de que a Europa é um ator-chave para a construção de um mundo multipolar e que apoia a integração estratégica e a autonomia da Europa.
A 24.ª Cimeira China - UE, que se realiza a 07 de dezembro, é a primeira presencial, após a pandemia da covid-19.
O Presidente chinês, Xi Jinping, vai reunir com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A cimeira visa aumentar a confiança mútua, enfrentar desafios globais como a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e a segurança alimentar, e reforçar a cooperação mutuamente benéfica em áreas como a economia, comércio, ambiente e saúde, disse na segunda-feira a delegação da UE na China.
A reunião coincide com o 20.º aniversário da parceria estratégica global entre os dois blocos e o 25.º aniversário do mecanismo da cimeira China - UE.
Desde que a China abriu as fronteiras no início do ano seguiu-se uma série de visitas europeias de alto nível ao país, incluindo de Ursula von der Leyen, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis, ou da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson.
As autoridades chinesas, que se opõem à decisão de Bruxelas de classificar a China como "concorrente e rival sistémico", devem abordar o tratamento "discriminatório" em relação às suas empresas na Europa, especialmente após o lançamento de uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos elétricos pelo país asiático.
As sanções contra a Rússia e uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia devem ser os principais temas abordados pelas autoridades europeias.
A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.
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